The Division dá continuidade ao plano da Ubisoft de mudar a perspectiva dos games de mundo aberto. Depois de Watch Dogs, Far Cry e Assassin's Creed, a gigante francesa tenta mesclar melhor o multiplayer e os tiroteios em uma Nova York devastada por um vírus. Três anos depois de anunciar o título, ela finalmente nos deixou controlar um soldado sobrevivente em uma partida competitiva com cerca de nove pessoas. E se por enquanto não há como saber o peso da história, ao menos é possível afirmar que existe diversão e certa complexidade nos combates.

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A demostração disponível na E3 2015 se baseava em uma disputa de território. Primeiro um time chegava ao local para averiguar o ambiente e depois mais dois grupos de três pessoas passam a disputar o espaço. NPCs se misturam à ação, mas a graça fica por conta dos combates contra jogadores reais. O combate é pautado pelo sistema tradicional de cobertura que vemos em jogos de tiro em terceira pessoa. Durante a demo a mecânica não funcionou de forma perfeita, algumas vezes os personagens não respondiam ao comando imediato, mas isso não chegou a atrapalhar a experiência. Para os veteranos em jogos de tiro, uma decepcão: ninguém morre com tiros na cabeça. Cada bala é um hit, e é preciso muitos deles para derrubar o adversário.

Como não existem finalizações, apenas empurrões que não tiram dano, todos os embates de baseiam em armas de fogo - seja nas duas armas principais ou nas outras habilidades de cada personagem. Entre elas estão uma torreta que atira em todos ao redor, uma bomba de regeneração e outros. Com isso, fica claro que a Ubi quer dar o maior número de combinações nos loadouts, sem obrigar o jogar a se fixar em um ou outro item. Todos os personagens, até aqui, podem usar qualquer tipo de habilidade. Como cada um do time normalmente escolhe coisas diferentes, a cooperação se torna vital em The Division. Sem conhecer seus parceiros a chance de ser eliminado é enorme.

Talvez The Division seja mais um RPG por esses aspectos estratégicos do que pela evolução dos atributos do personagem ou pela exploração do cenário. O seu "time" quase sempre terá um curador, um sujeito dono de armas pesadas e por aí vai. Por outro lado, o cenário de uma Nova York apocalíptica distancia o título de quase tudo visto até aqui - é como se fosse um Eu Sou a Lenda nos games (com mais pessoas, é claro). Não pareceu existir muitas possibilidades de interação com o cenário, apesar dele estar abarrotado de coisas. Mais uma vez, o trabalho gráfico e de reconstrução da cidade coloca a Ubisoft em um nível acima das demais concorrentes.

A demonstração escolhida para The Division confirmou aspectos esperados, mas pouco de sua promessa de chacoalhar RPGs, mundo aberto, jogos de tiro, etc. Pudemos ver um combate sólido, construído para funcionar em cooperação e sem muitas dificuldades de aprendizado. Será um jogo multiplayer com um alcance massivo, sem dúvida. O problema é saber até que ponto isso vai conversar com o roteiro sugerido, que no fim das contas parece ser um dos grandes atrativos do título. Depois da E3 2015, a Ubisoft, mesmo com os adiamentos, manteve a expectativa em alta e terá um árduo trabalho para atender as exigências acumuladas ao longo desses três anos.

The Division sai em março de 2016 para PlayStation 4, Xbox One e PC

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