Era certo que Rise of The Tomb Raider estaria na E3 2015. Ainda assim, não criei uma expectativa alta, digna da grandeza da franquia. Nem quando as primeiras cenas de gameplay foram ao ar na conferência da Microsoft eu me dei conta. No último dia do evento, porém, ao entrar na sala especial do jogo, onde era mostrada uma demo extensa de quase 20 minutos, recuperei o entusiasmo. Essa sequência vai melhorar tudo o que o antecessor reapresentou há três anos.

None

A primeira parte do gameplay avança em alguns minutos na fase mostrada na conferência do Xbox. Lara está perdida no meio da neve e sem recursos. Como um tutorial, o game mostra árvores, plantas e outros elementos no cenário que servirão para o avanço da heroína. "Queremos aumentar o nível de exploração e permitir que o jogador reúna itens para melhorar suas habilidades de combate. Muitas coisas que estão espalhadas servirão como upgrades em arcos, facas, etc.", disse o diretor da franquia, Noah Hughes.

Como no primeiro jogo, Lara terá que se virar (ao menos no começo) para construir armas e abrigos. A diferença maior está na escala do mapa, que permite abordagens diferentes, mas sempre tendendo mais para o furtivo. "Você pode entrar atirando e fazendo o que bem entender, mas em momentos de tiroteio e encontro com muitos inimigos, sugerimos a cautela. E isso pode acontecer muito no game", falou Hughes. "De toda maneira, você poderá explorar as regiões de jeitos diferentes e até encontrar missões paralelas nessas áreas. Elas não só melhorarão as habilidade de Lara como conversarão diretamente com história do jogo. Nossa ideia é unir gameplay e roteiro de uma maneira muito intrínseca", revelou.

61 fotos

1 de 61
+56 fotos
✖︎

A segunda parte da demonstração sai da neve e vai para as montanhas na Síria. O contraste da mudança gráfica revela o apuro artístico e técnico da Crystal Dynamics, desenvolvedora de um jogo da franquia pela sexta vez - ela também fez o reboot de 2013. Lara está ainda mais expressiva (gritando do mesmo jeito) e com movimentos muito naturais, principalmente nos momentos de escalada. As sequências roteirizadas, quando o game leva o jogador a um ponto específico para mostrar alguma coisa, continuam intactas, assim como os Quick Time Events - dessa vez, pelo menos, eles pareciam mais escassos e integrados ao contexto.

Ao chegar no topo da montanha, Hughes nos apresenta a primeira catacumba da vida de Lara. "Esse é o primeiro lugar que ela vai realmente explorar como uma arqueóloga. Essa é a primeira catacumba na carreira da Lara Croft como conhecemos", falou. E para dar valor a isso, a Crystal incluiu um mecanismo interessante: a Srta. Croft não sabe ler certas línguas expressas em manuscritos ou inscrições feitas em paredes, por exemplo. Para contornar isso, basta explora o ambiente para achar dicionários e outros itens que levarão ao entendimento - assim a heroína vai aprendendo junto com o jogador. "Esse é mais um dos artifícios que usamos para unir história, experiência e gameplay", disse Hughes.

Rise of The Tomb Raider tem cenários bonitos e promete melhorar a proposta remodelada do primeiro jogo. É um óbvio concorrente de Uncharted 4: A Thief's End, mas num primeiro momento está em segundo lugar - afinal, a Naughty Dog dourou sua pílula durante duas gerações de consoles e hoje é a mestre no gênero. A Crystal Dynamics, no entanto, está no caminho certo e parece ter um diamante cada vez mais lapidado nas mãos.