Desde seu anúncio, na E3 2014, Rainbow Six: Siege se mostra como uma atualização do estilo de FPS que Counter-Strike tornou tão popular entre os jogadores. E, em uma época que os principais lançamentos do gênero se voltam para zonas de combate amplas, seja aqui na Terra ou em algum canto da galáxia, o jogo de tiro da Ubisoft se destaca como uma aposta ousada por trazer exatamente o oposto: espaços reduzidos e combates à curta distância.

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Na última terça-feira (17), testamos uma versão não final do novo Rainbow Six a convite da Ubisoft, no qual foram apresentados dois modos de jogo. O primeiro foi o de Situações, um modo single-player que, como o nome diz, simula cenários específicos de operações especiais com um agente e um objetivo pré-determinados e, ao mesmo tempo, nos apresenta as classes de personagens e equipamentos do game.

A primeira fase já mostra como os cenários moldam os diferenciais do combate de Siege: o desafio envolve a retomada de um avião sequestrado, no qual é necessário eliminar todos os terroristas. Com uma dezena de inimigos no mapa e poucos lugares para onde correr, o avanço precisa ser cuidadoso e gradual, valendo-se de pontos de cobertura e de se mexer sem fazer barulho, já que, ao contrário da maioria dos FPS de alto orçamento atualmente, a barra de vida não é regenerativa. “Nós prezamos por essa letalidade no dano, para fazer um combate mais cuidadoso”, explica o brasileiro Nicholas Souza, designer no game na Ubisoft.

Mas estar do lado das forças contra-terroristas significa, também, que temos acesso a tecnologia de ponta. Souza sugere a ativação de um pequeno robô com câmera para desbravar todas as partes do avião. Além de ser mais difícil de detectar, a máquina também “marca” os terroristas, exibindo sua localização no mapa mesmo que você não a tenha visto anteriormente.

Este é apenas um dos vários equipamentos atrelados aos Agentes (Operators), as classes de personagens existentes em cada um dos times, que vão de explosivos e marretas para quebrar paredes a aparatos mais sofisticados, como detectores de batimentos cardíacos. “Para cada classe dos contra-terroristas, há um terrorista com equipamento específico que contrabalanceia suas atividades”, explica Souza. Há um tipo de inimigo, por exemplo, especializado em montar barricadas em paredes quebradas.

Falando nisso, as superfícies quebráveis, reveladas ainda na época do anúncio do jogo, são uma das características mais interessantes de Rainbow Six: Siege. Muita coisa pode ser destruída, de paredes ao chão, o que dá um toque de estratégia e até mesmo de imprevisibilidade às partidas. Enquanto invadia uma casa, por exemplo, subi um lance de escadas e ativei uma bomba no chão, que quebrou o solo e me deixou vulnerável aos oponentes que estavam no andar de baixo.

“Nós tivemos um cuidado especial com a inteligência artificial do jogo. Os oponentes prestam atenção nos seus passos, no barulho que você faz, e a todo tempo vão tentar te flanquear, para pegá-lo desprevenido”, explicou Souza. Na segunda situação testada, veio a prova da afirmação do desenvolvedor. Eu estava controlando um sniper que precisava resgatar um refém dentro de um edifício de dois andares. Após eliminar, um a um, os terroristas ao redor do prédio, invadi o local para buscar o refém.

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Assim que eu encostei no refém, todos os oponentes que restavam no mapa ficaram alertas da minha posição. Um prédio nos separava do ponto de segurança; eu poderia contorná-lo ou passar por dentro dele. O caminho mais óbvio, a rua próxima ao edifício, foi rapidamente tomado por inimigos. Logo, decidi atravessar o prédio e chegar ao ponto por outra rua. Dentro do edifício, não fui atacado por nenhum inimigo, criando uma falsa sensação de segurança. Ao sair, imediatamente os terroristas me cercaram na rua em que eu julguei estar seguro.

Beta e eSport

Rainbow Six: Siege ainda deve passar por alguns ajustes até seu lançamento, em 1º de dezembro. Muitas das mudanças foram implementadas com ajuda dos jogadores por conta de uma fase de testes beta, realizada no fim de setembro. “Com o feedback da comunidade, mexemos no balanceamento entre classes, em especial com Montagne (que tem um escudo) e Thermite (de explosivos), diminuímos o dano dos explosivos e o tempo de espera entre partidas em 30 segundos”, relembra Souza. Uma segunda rodada de testes beta será realizada pouco antes do lançamento do game, entre 25 e 29 de novembro.

Perguntado sobre a possibilidade de inserir o novo Rainbow Six dentro do cenário de eSports, o desenvolvedor afirma que a Ubisoft vai tomar uma postura cautelosa. “Vamos trabalhar para fazer o melhor jogo possível para a comunidade. Se os jogadores acharem que o game tem potencial para entrar no cenário competitivo, daremos este suporte.”