Nasce Uma Estrela fez com que Lady Gaga figurarasse na lista de principais atrizes do ano. Apesar de sua performance ter encantado parte do público e da crítica, ela mesma admite que o processo para descobrir Ally não foi fácil, uma vez que a personagem é completamente diferente de quem ela é.
Em 2015, Bradley Cooper foi anunciado não apenas como o protagonista masculino, mas também como o diretor do remake da obra. O filme marcaria sua estreia como cineasta e, por isso, ele precisava encontrar uma atriz que conseguisse suportar a responsabilidade de cantar e atuar ao mesmo tempo.
O primeiro nome a ser procurado foi Beyónce. Antes mesmo de Cooper entrar para o projeto, a cantora/atriz havia aceitado interpretar o papel, mas teve de se afastar por conta de sua primeira gravidez e o longa entrou em hiato. A cantora ainda estava interessada em viver Ally, mas as negociações com a Warner não deram certo e o novo cineasta tinha a responsabilidade de achar um nome tão forte quanto ela. Parecia uma missão impossível, mas ele não demorou para aparecer ninguém menos que Lady Gaga.
Durante um evento, Cooper assistiu a cantora realizar ao vivo uma perfomance de “La Vie em Rose”, clássico de Edith Piaf. O ator ficou tocado ao ver um novo lado da cantora que ele, até então, não conhecia e começou a considerá-la para o papel. “Eu fiquei completamente encantado. Alguns dias depois nós nos encontramos e vi que ela é um ser humano incrível. Nessa hora comecei a ficar empolgado com a ideia de ela usar essa mágica [no filme]”, afirmou em entrevista ao canal ODE.
Ao entrar para o filme, Gaga agora precisava descobrir quem era Ally. Apesar de ambas cantarem, a estrela pop tinha uma confiança completamente diferente da personagem. “Ela é completamente diferente de quem eu era quando comecei minha carreira. Eu realmente acreditava em mim mesma e sabia que conseguiria fazer as coisas acontecerem. Eu andava por Nova York batendo em portas e cantando o máximo que podia apenas para falar a minha verdade, contar a minha história”, afirmou ao Cinema Blend.
Na visão de Gaga, Ally estava do outro lado da moeda. Ao contrário dela, essa era uma uma pessoa que havia desistido de si mesma e, por isso, ela precisava se transformar aos poucos. “Eu tirei minha maquiagem, passei a usar a cor natural do meu cabelo e vivi por meses dessa maneira antes de começar as filmagens. Isso me fez perceber uma vulnerabilidade que não estou acostumada. (...) Ela não acreditava em si mesma. Ela não acreditava em quem era. Ela achava que não iria conseguir. Ela não se achava bonita”, explicou ao Cinema Blend.
Esse processo ajudou Gaga a explorar um novo lado não apenas na atuação, mas também na música – uma vez que ela e Cooper compuseram as canções do musical. “Quando eu estava escrevendo as músicas para o filme eu tive de pensar em Ally como se ela não fosse eu. E eu nunca havia feito isso. Então comecei a explorar um som para ela que até mesmo na área pop é diferente de tudo que tinha feito antes”, completou durante os bastidores do filme.
Gaga criou uma nova versão de Ally, que no cinema já foi interpretada por Barbra Streisand, Judy Garland e Janet Gaynor. Por conta disso, ela figura entre as favoritas para as principais premiações e mostrou um lado pouco conhecido que Cooper sonhou em capturar na câmera desde o primeiro momento. “Quando a conheci achei ela cheia de alma, profunda, aberta, carinhosa e interessada. Naquele momento pensei: ‘Meu Deus, se eu conseguir capturar o que estou vendo falando com ela neste momento nós ficaremos bem”, disse Cooper ao E!.