Foto de Animais Fantásticos: os Crimes de Grindelwald

Créditos da imagem: Animais Fantásticos: os Crimes de Grindelwald/Warner/Divulgação

Filmes

Entrevista

Animais Fantásticos 2 | A criação dos Ministérios da Magia de cada país

Filme do universo de Harry Potter mostra três instituições, cada uma com as suas próprias características

15.11.2018, às 22H43.
Atualizada em 16.11.2018, ÀS 22H41

Quando os primeiros livros e filmes de Harry Potter foram lançados, uma das grandes curiosidades dos fãs era saber mais sobre o universo mágico fora de Londres. Há um gostinho disso em O Cálice de Fogo com a chegada dos alunos de duas outras escolas de bruxaria, mas o que realmente expandiu esse conceito foi o primeiro filme de Animais Fantásticos, ao mostrar a realidade mágica nos EUA. Agora no segundo longa, isso fica ainda mais evidente com a aparição de outros Ministérios da Magia.

O primeiro deles é o MACUSA, Ministério da Magia americano que retorna logo no começo da produção. Durante nossa visita ao set de Os Crimes de Grindelwald em Londres, o designer de produção Stuart Craig revelou que o edifício Woolworth, em Nova York, foi utilizado novamente como cenário da instituição: “Temos a cena em que Grindelwald está sendo transferido dos EUA para a Europa. Ele sai pelo telhado em uma carruagem levada por Testrálios. Ele escapa no caminho e fica livre para morar em um daqueles apartamentos de Paris no estilo de [Georges-Eugène] Haussmann”.

Christian Huband, diretor de arte sênior do longa, disse que o segredo para chegar ao resultado visto nos cinemas é unir o departamento de arte com a parte digital: “O MACUSA é um prédio inteiro, com a parte interior, etc., e então a equipe de efeitos visuais faz as partes digitais, que não estamos construindo. Basicamente os departamentos de arte e efeitos visuais trabalham com a visão completa de Stuart. Você não pode apenas apertar um botão e o computador preenche o resto. Tudo vem dessa sala aqui”.

Já o Ministério da Magia do Reino Unido, já conhecido por ter aparecido várias vezes em Harry Potter, ganhou um toque sutil em Os Crimes de Grindelwald: “Stuart teve essa ideia junto com David [Yates, diretor], de que Londres teria um estilo gato e rato, com um visual noir como o filme Disque M para Matar (1954), cheio de neblina e à noite”, diz Huband. Esse clima combina com o visual do ministério mostrado em Harry Potter e a Ordem da Fênix (2007), quando Harry e seus amigos vão até o local para encontrar a sua profecia.

O Ministério de Londres em A Ordem da Fênix

Foto de Harry Potter e a Ordem da Fênix
Harry Potter e a Ordem da Fênix/Warner/Divulgação

Mas sem dúvida nenhuma, o ministério mais esperado de todos era o da França. Para esse set, Stuart Craig revela que a própria J.K. Rowling fez uma pesquisa de como gostaria que fosse o visual: “Descobrimos que ela é muito minuciosa e específica. Certamente ela queria que o Ministério da França tivesse um estilo art noveau. E essa é uma instrução muito clara. Então pesquisamos o máximo possível esse estilo. Um dos nossos diretores de arte se tornou particularmente fluente nesse assunto e, como departamento, nós gostamos disso e demos aos escultores um mundo novo para eles praticarem sua arte”.

Para construir a Paris que aparece no filme, Stuart Craig viajou com uma equipe para a cidade. Com as tecnologias atuais, foi possível tirar fotos e escanear prédios que foram recriados digitalmente em tela, com a adição dos elementos da década de 20. Mas esse não foi o único grande desafio de produção. Huband explica que a art noveau pesquisada por Rowling é baseada em luz, mas o ministério francês fica escondido dos trouxas no subsolo de Paris: “[Apesar disso], Stuart trouxe um design de art noveau no subsolo, então ignoramos o fato de que é o subsolo e colocamos esse grande telhado de vidro com luz mágica, em que você vê a projeção de várias criaturas”.

O Ministério da França com suas projeções

Foto de Animais Fantásticos: os Crimes de Grindelwald
Animais Fantásticos: os Crimes de Grindelwald/Warner/Divulgação

A passagem entre o mundo dos trouxas e dos bruxos também ganhou um toque especial para alimentar a imaginação do público. Enquanto em Londres é possível chegar ao ministério por cabines telefônicas ou até privadas, na Cidade Luz o truque está nas fontes espalhadas pelas ruas: “Se você é uma criança em Londres e vê uma cabine telefônica, você pensa ‘será que isso vai…?’. Em Paris há essas pequenas fontes chamadas de Wallace Fountains. Os personagens andam até uma dessas em uma praça e raízes da árvore formam um elevador ao redor deles que vai até o ministério. Novamente, esse é um tema noveau e da natureza que causa uma bela entrada. Agora todas as vezes em que você ver uma fonte dessas em Paris, você pode imaginar que é a entrada do Ministério da Magia de lá”, finaliza Huband.

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