Melissa Benoist e Carla Gugino em cena de As Garotas do Ônibus (Reprodução)

Créditos da imagem: Melissa Benoist e Carla Gugino em cena de As Garotas do Ônibus (Reprodução)

Séries e TV

Entrevista

Como Julie Plec foi de The Vampire Diaries para As Garotas do Ônibus

Roteirista disse que, no seu novo drama político, “os vampiros são a oposição”

Omelete
3 min de leitura
14.03.2024, às 06H00.

Nos últimos quinze anos, Julie Plec escreveu - e escreveu bastante - sobre vampiros. A roteirista e produtora entrou no universo de The Vampire Diaries em 2009, e só saiu dele em 2022, após conduzir outras duas séries derivadas (The Originals e Legacies), ainda emendando a experiência com outra produção televisiva sobre as criaturas (Academia de Vampiros).

Pois bem, parece que ela finalmente se cansou dos sanguessugas - pelo menos na superfície, As Garotas do Ônibus não poderia estar mais distante dos outros títulos do currículo de Plec. Na trama, acompanhamos jornalistas que viajam por toda a extensão dos EUA ao lado dos candidatos à presidência do país, em uma campanha ficcional inspirada na de 2016, disputada entre Hillary Clinton e Donald Trump.

Eu não vou mentir: o resultado das eleições de 2016 [vencidas por Trump] foi o que me fez pensar em escrever sobre jornalismo político”, admite Plec ao Omelete. “Mas eu sempre digo que, quando decidi que queria ser uma contadora de histórias, foi para poder explorar conceitos como amizade, amor, família, perda e recuperação, luto... tudo o que eu faço é uma versão desses temas universais, mas vestindo roupas diferentes”.

The Vampire Diaries permitiu que eu contasse uma história de amor e amadurecimento, uma história de irmãos em conflito... e essa história ficou no ar por anos a fio, ao invés de ser cancelada logo de cara, o que é o que normalmente acontece com séries que não se apoiam em algum tipo de monstro sobrenatural!”, brinca ainda. 

Para a roteirista, As Garotas do Ônibus trilha um caminho semelhante, mas também provém uma válvula de escape para preocupações mais imediatas: “A série permitiu que eu limpasse a minha alma das frustrações que estava sentindo em relação à situação política do meu país. Isso sem contar que, quando vejo acusações sobre a perda de integridade no jornalismo, me revolta muito... as pessoas nessa profissão estão trabalhando muito duro para contar histórias verdadeiras ao público.

E eu sempre digo que também tem vampiros em As Garotas do Ônibus - mas os vampiros, no caso, são a oposição”, completa.

Apesar do paralelo ácido de Plec, a produtora e roteirista Rina Mimoun garante que o objetivo nunca foi fazer de As Garotas do Ônibus um manifesto partidário: Entendemos que, quando estereotipamos as pessoas deste ou daquele lado do espectro político, estamos perdendo o que há de mais importante: o diálogo que poderíamos ter com elas. Em cada um dos nossos episódios, procuramos e encontramos formas de criar conexões entre essas mulheres… e são conexões que pareciam impossíveis por causa das opiniões diferentes que elas carregam”.

Eu acho que, quando vemos e entendemos uns aos outros como pessoas, nos tornamos mais capazes de ouvir e absorver o que essas pessoas têm a dizer”, completa ela. “Como roteiristas, não estamos aqui para tentar mudar os ideais de ninguém, incluindo os de nossas personagens! Em nenhum momento cogitamos transformar Kimberlyn [repórter conservadora interpretada por Christina Elmore] em uma democrata, por exemplo. O nosso objetivo é criar uma personagem plenamente realizada, que você pode assistir e compreender”.

Os dois primeiros episódios de As Garotas do Ônibus já estão disponíveis para streaming na Max. Os capítulos seguintes serão lançados semanalmente, às quintas-feiras.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.