Melissa Benoist não consegue resistir ao chamado do jornalismo. Depois de seis temporadas interpretando Kara Danvers, que assinava reportagens para a CatCo quando não estava voando pelos céus de National City como Supergirl, ela volta à TV com outra jornalista - a Sadie McCarthy de As Garotas do Ônibus.
“Eu falei com o meu marido [o ator Chris Wood, também do elenco de Supergirl] sobre isso quando consegui o papel, e ele me disse que eu sou uma pessoa naturalmente curiosa, então talvez seja isso que me atraia para os personagens envolvidos nessa profissão”, reflete Benoist em entrevista ao Omelete.
As Garotas do Ônibus acompanha Sadie e suas colegas repórteres enquanto elas viajam por toda a extensão dos EUA ao lado dos candidatos em uma campanha presidencial ficcional espelhada na de 2016, disputada entre Hillary Clinton e Donald Trump. É uma abordagem mais “pé-no-chão” do jornalismo… até literalmente.
“Para começar, Sadie McCarthy não sabe voar nem solta lasers dos olhos. É um contraste bem grande logo de cara”, brinca Benoist. “Mas eu acho que Sadie e Kara são parecidas no sentido que ambas se importam muito com a verdade, com chegar até a verdade, com o que é certo e o que é errado”.
A atriz embarcou no projeto por volta de 2021, quando ele ainda estava sendo desenvolvido na CW, mesma emissora que exibiu Supergirl. Nesse contexto, como define a criadora Julie Plec (The Vampire Diaries), Benoist era “uma contratação de peso” para o projeto.
“Pareceu muito natural pensar nela para o papel de Sadie. Ligamos para ela, imploramos que considerasse a proposta, e ela nos fez a gentileza de ler o roteiro”, conta Plec ao Omelete. “A partir daí, ela se apaixonou pela personagem e pelo mundo, e fez uma quantidade impressionante de pesquisa”.
Esse período de laboratório incluiu longas caminhadas com Amy Chozick, produtora da série e autora do livro-reportagem que a inspirou, Chasing Hillary. “Melissa leu uma quantidade enorme de material”, elogia a escritora. “Ela começou com Hunter S. Thompson [ídolo de Sadie, que aparece como ‘fantasma’ para ela durante a série], mas também devorou uma dúzia de outros livros que são muito importantes para jornalistas políticos, mas que ninguém fora dessa profissão realmente se interessa em ler”.
Mas Chozick e Plec não param por aí quando o assunto é falar bem de sua protagonista. “O que as pessoas de fora não sabem é que Melissa é um dos seres humanos mais amados desse mundinho de Hollywood. Ela é uma das pessoas mais gentis, mais enérgicas, mais apaixonadas, mais comprometidas que você vai conhecer”, comenta Plec, enquanto Chozick se derrete pelos “instintos cômicos” da atriz, comparando-a com Diane Keaton.
A própria Benoist, claro, é bem mais modesta quando fala de seu trabalho, tecendo reflexões sobre como interpretar Sadie a fez pensar sobre imparcialidade no jornalismo. “Ela romantiza uma era de reportagem que não existe mais, começando com Thompson - ele é meio que o anjo e o demônio nos ombros de Sadie. Ela entende muito bem a ética do jornalismo, mas não consegue impedir que um pouco dela entre nas coisas que escreve”, comenta.
Como todo bom ator, no entanto, Benoist prefere levantar perguntas do que dar respostas definitivas: “Em última instância, eu não sei se existe uma resolução definitiva para esse dilema, mas Sadie com certeza explora as possibilidades em As Garotas do Ônibus, e foi fascinante para mim fazer isso ao lado dela”.
Os dois primeiros episódios de As Garotas do Ônibus chegam amanhã (14) ao catálogo da Max. Os capítulos seguintes serão lançados semanalmente, às quintas-feiras.
