Succession "é um exemplo clássico de família abusiva", diz atriz

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Succession "é um exemplo clássico de família abusiva", diz atriz

Omelete conversou com J. Smith-Cameron, a Gerri da série

Omelete
3 min de leitura
05.12.2021, às 06H00.
Atualizada em 28.02.2024, ÀS 00H47

A terceira temporada de Succession, da HBO, colocou a família Roy em uma franca guerra civil, opondo o patriarca Logan Roy (Brian Cox) a seu filho Kendall (Jeremy Strong) -- com os outros herdeiros do império de mídia do pai, Shiv (Sarah Snook), Roman (Kieran Culkin) e Connor (Alan Ruck), lutando por seus próprios interesses. A tensão deve chegar ao ápice nos dois episódios finais da temporada, exibidos a partir deste domingo (5), e os problemas familiares parecem estar longe do fim.

Há algumas semanas, o Omelete conversou com J. Smith-Cameron, que dá vida a Gerri, funcionária de alto escalão da Waystar Royco e parte do seleto círculo íntimo da família. Para a atriz, não se pode dizer que os Roy evoluíram ao longo dos três anos da série.

É um exemplo clássico de uma família abusiva e disfuncional”, afirma ela. “Infelizmente, as pessoas se magoam, e essa mágoa fica com elas. No caso desses irmãos, eles tiveram um desenvolvimento atrofiado. Eles não têm vivência no mundo real; eles não sabem como fazer qualquer coisa; eles são muito ricos e paparicados, então não têm experiência de vida. Acho que, em alguns aspectos, eles não evoluíram”.

Smith-Cameron acredita que, nesta temporada, o desespero foi o que predominou nas relações entre os protagonistas. “Eles estão ficando cada vez mais desesperados, especialmente os irmãos. Sempre existiu essa atmosfera abusiva e tensa, mas agora ela ficou mais explícita”.

Gerri, uma sobrevivente

Entre tantas reviravoltas e mudanças que aconteceram na Waystar Royco ao longo de Succession, Gerri é uma das raras personagens que conseguiu se manter firme -- e a atriz tem alguns palpites sobre como ela conseguiu isso.

Acho que ela é como um gato, que cai de pé sempre que é empurrado da janela. Ela é uma executiva astuta”, define, antes de falar sobre o longo relacionamento profissional de Gerri e Logan: “Eles são como um casal velho. Ela sabe que ele é um homem de negócios que segue seu próprio caminho, mas ela também sabe que entende mais das coisas. E isso é verdade. Acho que ele provavelmente tentou demitir a minha personagem várias vezes, mas percebeu antes de falar que não podia se dar a esse luxo”.

J. Smith-Cameron também comentou sobre outra relação importante (e complicada) de sua personagem: a com Roman, de quem ela se tornou uma espécie de mentora. “Ela nota que Logan tem um sentido afiado para os negócios, e acho que ela vê o mesmo no Roman. Alguém que pode tocar jazz em uma situação de negócios. Não é o que ela faz, e tudo bem: eles tocam o jazz, e ela arruma tudo depois”.

O relacionamento dos dois, entretanto, ganhou outras camadas depois da segunda temporada [atenção, leves spoilers adiante] -- quando, por duas vezes, Roman se masturbou enquanto Gerri proferia insultos contra ele. “Aquela primeira ligação pegou Gerri de surpresa. Acho que no começo ela ficou confusa e perplexa, pensando o quão longe aquilo iria”, lembra a atriz.

Ela acredita que nem a personagem sabe como se sentir quanto a isso. “Acho que eles têm uma química que é mais do que a soma das partes”, reflete. “Não acho que ela tenha calculado seduzi-lo. Talvez, no fim, ela esteja tentando transformá-lo em um parceiro de negócio. Mas acho que nem a Gerri entende essa química. Acho que Roman também não, mas ele que começou tudo, então ele ao menos tem isso”.

Os novos episódios de Succession são exibidos aos domingos na HBO e na HBO Max.

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