Imagem da terceira temporada de Succession

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Succession volta para 3ª temporada com guerra familiar e texto brilhante

Série volta à HBO com mais intrigas entre os Roy

Omelete
3 min de leitura
17.10.2021, às 10H00.
Atualizada em 28.02.2024, ÀS 00H47

O tempo, definitivamente, fez bem a Succession. A série da HBO sobre uma família dona de um império de mídia bilionário não foi um hit de espectadores logo de cara, apesar de ter caído na graça dos críticos. Mas depois de levar para casa uma série de (merecidos) troféus no Emmy 2020, a produção criada por Jesse Armstrong foi pouco a pouco conquistando novos públicos. Era natural, então, que a estreia de sua terceira temporada, neste domingo (17), viesse cercada de expectativas - que os novos episódios, felizmente, superam.

Estreando dois anos após o final chocante da segunda temporada, o primeiro capítulo da nova leva - apropriadamete intitulado “Secessão” - começa exatamente de onde seu antecessor parou: com Kendall (Jeremy Strong) acusando publicamente seu pai, Logan Roy (Brian Cox), de ter conhecimento sobre uma série de casos de assédio sexual, mortes e acobertamento que aconteceram em sua empresa, a Waystar Royco.

O que se segue é um clima de guerra civil familiar, com Kendall e Logan em lados opostos, enquanto Siobhan (Sarah Snook) e Roman (Kieran Culkin) tentam conciliar seus próprios interesses com a necessidade quase doentia de estar em primeiro lugar nas afeições de seu pai. O tema é recorrente na série, mas ganha novas camadas no novo ano, com princípios abandonados, (mais) segredos e traições, e os personagens andando em uma linha muito fina entre o deboche e o desespero.

O deboche, aliás, também segue bem presente na série como um todo, com um roteiro que não tem pudores ao satirizar o modo de vida e os problemas dos super-ricos representados pelos Roy. Em todos os membros da família e nas situações que eles se colocam, há sempre um quê de patético; no começo da temporada, ele fica mais evidente na forma como Kendall tenta se posicionar midiaticamente como o herói das vítimas da empresa (mas não para por aí).

Paralelamente, o humor mais direto encarnado por Tom (Matthew Macfadyen) e o primo Greg (Nicholas Braut), dois “forasteiros” dentro da família, continua firme. A constatação de ambos de que são os mais suscetíveis a se darem mal rende ótimos momentos - que devem muito, também, ao carisma da dupla.

A nova temporada é, também, a mais política até agora. Embora Succession sempre tenha deixado claro que Logan tinha uma linha direta com o presidente americano, os novos episódios mergulham com mais profundidade na relação pouco decorosa que o magnata e sua companhia mantêm com o sistema político, pouco se importando com as suas consequências.

Do dramático ao ridículo, o texto afiado de Armstrong costura habilidosamente todos esses aspectos da vida dos Roy, e é abrilhantado por um elenco igualmente afiado, complementado pelas participações curtas, mas luxuosas, de Adrien Brody e Alexander Skarsgard. Succession está de volta -- e em ótima forma.

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