A notícia de que Kevin Feige, o presidente do Marvel Studios, não vai mais produzir os filmes solos do Homem-Aranha veio logo depois que Longe de Casa se tornou a maior bilheteria da Sony Pictures, com US$ 1,109 bilhão arrecadados mundialmente.
A informação foi confirmada pelo Deadline que explica o impasse entre as duas empresas. A Disney queria dividir os valores dos próximos filmes em 50%/50%, com conversas para outros longas do universo do teioso. A Sony, porém, recusou a oferta e não quis negociar uma nova cifra porque não quer dividir totalmente os valores de sua maior franquia. O estúdio prefere manter os termos atuais, em que a Disney tem o controle criativo e recebe aproximadamente 5% da bilheteria desde o dia de estreia do filme. Ao io9, um representante da Sony afirmou que a disputa entre os estúdio se trata de créditos de produção e que as negociações ainda estão em andamento, com Feige tendo contribuído em outros filmes do universo do teioso sem ser creditado como produtor.
Algumas horas depois, a Sony Pictures se posicionou oficialmente sobre o assunto. O comunicado culpa a agenda de Feige e não cita o acordo financeiro entre as empresas, tampouco menciona a saída do teioso do MCU: “Muitas das notícias de hoje sobre Homem-Aranha têm descaracterizado as recentes discussões sobre o envolvimento de Kevin Feige na franquia. Estamos decepcionados, mas respeitamos a decisão da Disney de não ter ele como principal produtor do nosso próximo filme live-action do Homem-Aranha. Esperamos que isso mude no futuro, mas entendemos que muitas das responsabilidades que a Disney deu para ele - incluindo as novas propriedades da Marvel - não lhe dão tempo para trabalhar em propriedades que não são deles. Kevin é incrível e somos gratos por sua ajuda e orientação e prezamos o caminho que ele nos ajudou a encontrar e que continuaremos a seguir”.
Fato é que Feige deixar a produção dos filmes live-action do Homem-Aranha, passando o controle criativo para a Sony, isso significaria a saída das próxima aventuras solo do amigão vizinhança do MCU, ainda que acordos individiais possam ser fechados para participações de Tom Holland em um futuro filme dos Vingadores, por exemplo. Contudo, sendo o Marvel Studios uma empresa que trabalha com um planejamento a longo prazo das suas produções, além de ter suas histórias intercaladas, não faz sentido incluir nesse universo histórias feitas à parte (no caso, os filmes solo do Aranha sem Feige).
Já a Sony, longe do controle de Feige, poderia misturar o Homem-Aranha de Tom Holland com as suas outras propriedades do universo do aracnídeo, como Venom, que já tem a sua sequência confirmada, e Morbius, que chega aos cinemas em 2020. Além disso, a sua investida no universo da animação, Homem-Aranha no Aranhaverso, recebeu um Oscar, e também pode inspirar a Sony a levar a mesma abordagem para o live-action - Holland, inclusive, quase fez uma participação na animação.
Porém, considerando que a Sony nunca faturou tanto com o Homem-Aranha como depois da parceria com a Marvel, parece precipitado simplesmente descartar o acordo. Sem contar que muito da narrativa desse novo teioso, surgido em Capitão América: Guerra Civil, depende da sua relação com o MCU. A trama de Homem-Aranha: Longe de Casa é toda baseada nos efeitos das ações de Thanos e do sacrifício do Homem de Ferro. Mesmo a cena pós-créditos ou o easter-egg de Quarteto Fantástico apontavam para a integração entre o filme da Sony e os planos do Marvel Studios.
Ainda é cedo para entender as consequências dessa decisão da Sony, que deve render ainda muitas discussões (e possivelmente negociações) com a Marvel. Fique ligado no Omelete para saber mais informações.