Assim que o código de censura que vigorava sobre os quadrinhos americanos foi revisto no início de 1971, personagens sobrenaturais e de horror deixaram de ser proibidos na Marvel e na DC, o que deu início a uma onda de histórias do gênero. Naquele ano nasceu Michael Morbius, um bioquímico premiado que realizou experimentos em si mesmo para tentar remediar uma condição sanguínea e acabou ganhando traços vampíricos.
Seja como vilão do Homem-Aranha, seja em histórias solo com perfil de anti-herói, Morbius nunca teve um grande status na Marvel, mas ainda assim é um dos principais vampiros da casa. Para se preparar para a estreia do Vampiro Vivo nos cinemas com Jared Leto no papel principal, confira a seguir suas principais histórias nos quadrinhos:
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O vampiro, a aranha e o lagarto
A apresentação de Morbius nos quadrinhos é uma de suas histórias mais bizarras. Ele apareceu em Amazing Spider-Man #101, de 1971, depois que Peter Parker ganhou dois pares de braços adicionais na edição anterior (ele havia ingerido uma poção na esperança de perder seus poderes e virar uma pessoa normal). Não bastasse enfrentar o Aranha de seis braços, Morbius ainda cruza seu caminho com o Lagarto, a quem Peter havia pedido ajuda para se esconder publicamente.
Origem e motivações
Na edição especial Amazing Spider-Man #699.1, a trama do embate de Homem-Aranha contra Doutor Octopus (em que o doutor morre fisicamente e depois sua mente assume o corpo de Peter) é recontada do ponto de vista de Michael Morbius. Embora o Vampiro Vivo e o Aranha duelem na capa, a HQ é muito mais sobre a origem de Morbius e suas motivações, e temos um raro vislumbre do drama do vampiro sob uma perspectiva pessoal. Essa HQ de 2012 serviu de introdução de uma nova série solo de Morbius no ano seguinte, que não acrescentou muito à carreira do personagem.
Contos de vampiro
Nos anos 1970 e 1980, antologias de histórias de horror se popularizaram nos quadrinhos depois do fim do código de moral que censurava o conteúdo das histórias de Marvel e DC. Nessa moda, a Casa das Ideias publicou entre 1973 e 1975, através da subsidiária Curtis Magazines, a HQ Vampire Tales, com Drácula, Blade e Morbius, entre outros personagens. Cultos satânicos e donzelas em perigo marcaram as duas edições estreladas por Morbius.
Com Stephen Strange
Em 1990, a boa história "Vampiric Verses" na HQ Doctor Strange, Sorcerer Supreme colocou Morbius lado a lado com o Doutor Estranho, que na época estava curado de sua condição vampírica. Os dois se juntam ao Irmão Vodu para combater a ameaça do ressurgimento dos vampiros reais, numa trama repleta de elementos sobrenaturais, tendo Marie Laveau, a Bruxa Rainha de Nova Orleans, como antagonista. É um arco interessante para entender o lado heroico de Morbius.
Morbius por McFarlane
A onda dark dos anos 1990 nos quadrinhos permitiu que Morbius ganhasse de Todd McFarlane uma das suas interpretações visuais mais sinistras e vigorosas. No arco em questão, "Sub-City", de 1991, o Aranha investiga os esgotos de Nova York e descobre por lá um domínio inteiro de Morbius, com um exército que traz criminosos da superfície para alimentar o vampiro.
Filhos da Meia-Noite
A principal equipe de que Morbius fez parte são os Filhos da Meia-Noite, cuja origem foi contada no crossover Rise of the Midnight Sons, de 1992, que envolveu ainda Blade, feiticeiros do Darkhold, o Motoqueiro Fantasma e outros Espíritos da Vingança. Esse crossover transcorreu paralelamente na nova e curta série solo Morbius: The Living Vampire, em que novos poderes do personagem são apresentados, como a capacidade de hipnose.