Com vasta experiência em animês, tendo emprestado a voz ao James de Pokémon ao longo de 18 temporadas do desenho, além de incursões por Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco, Márcio Araújo, ator com 23 anos de dublagem, encara agora os perigos do universo Marvel ao assumir a versão brasileira de Scott Lang em Homem-Formiga e a Vespa. É ele quem dubla o ator Paul Rudd no Brasil. Sua cara metade nesse supercasal, Hope Van Dyne, vivia por Evangeline Lilly, é dublada aqui por Angélica Santos.
“Dublar Paul Rudd é um privilégio, pois ele um grande ator. E, em boa medida, dublá-lo é um grande desafio também. Ele é versátil, intenso, seguro. Seu repertório de recursos de atuação é vasto. Ele não é previsível”, explica Araújo. “O diferencial de Rudd é seu timing, muito próprio. É um comediante nato. Minha vantagem é ter um timbre similar ao dele, o que me coloca numa zona de conforto de projeção e entonação. Uma outra dificuldade desse trabalho está relacionada a um aspecto técnico da dublagem: um rigor na precisão da adequação de movimentos labiais para as produções feitas para cinema. A exigência é maior e demanda mais tempo. Mas é uma experiência absolutamente fascinante defender o Homem-Formiga”.
Ao longo de duas décadas de dublagem, Araújo já encarou grandes astros de Hollywood. “Dublei Brad Pitt, em Seven; Edward Norton, em O Ilusionista e O Despertar de uma Paixão; Tom Hardy em Guerra É Guerra e A Entrega; Channing Tatum em Querido John e Foxcatcher; e Ashton Kutcher em Efeito Borboleta”, diz ele, que destaca no perfil de Scott Lang “uma boa dose de graça e ironia em sua essência. Ele tem um pouco de anti-herói. E embora tenha um pezinho lá no mundo do crime, ainda carrega algo de ingênuo e sereno, sempre carismático. Nuances não faltam ao Homem-Formiga. E é aí que eu 'corro atrás do prejuízo', tentando vivenciá-lo da maneira mais precisa e verdadeira possível. Tento respirar como ele, sorrir, gritar como ele. Reproduzi-lo em português pra que o expectador tenha a sensação de que aquela voz está saindo dali mesmo”.