Hollywood ama uma boa dupla. Pode ser um casal clássico, como Katharine Hepburn/Spencer Tracy, Adam Sandler/Drew Barrymore e Julia Roberts/Richard Gere, ou uma amizade que se repete por muitos filmes e vai além das telas, como Paul Newman/Robert Redford e Jack Lemmon/Walter Matthau. Com MIB: Homens de Preto - Internacional, Tessa Thompson e Chris Hemsworth dão mais um passo para deixar a sua marca entre os pares famosos do cinema ao repetir a parceria que começou em Thor: Ragnarok. Os dois, porém, estão longe de ser a idealização de qualquer romance. O foco dessa colaboração improvável - ela uma atriz veterana que ganhou reconhecimento por filmes independentes como Cara Gente Branca, ele um australiano bonitão que é a cara do Deus do Trovão da Marvel nos cinemas - é o senso de humor e a capacidade para improvisar em cena.
“Foi ótimo continuar de onde paramos com a nossa química”, conta Hemsworth durante a visita do Omelete ao set do novo Homens de Preto no Reino Unido. “Achei fantástico quando Tessa entrou para o elenco porque temos essa harmonia, sabemos o timing um do outro e o tom cômico. Nesse sentido é bem similar ao que fizemos antes. É engraçado, nos vemos fazendo as coisas e paramos ‘isso é muito parecido com o que fizemos antes’, então esse tem sido o desafio. Mas é uma ótima vantagem ter alguém que tem a mesma paixão, com que você se dá bem, que tem a mesma forma de ver o trabalho e quer se divertir fazendo isso”. Thompson concorda que é importante manter a parceria que está dando certo, mas não se repetir: “Obviamente eu e Chris nos conhecemos curtindo em um planeta estranho quando fizemos Thor: Ragnarok. Então também se trata de encontrar algo novo e fresco com esses personagens, uma dinâmica e um tom que sejam diferentes da de Thor e Valquíria”.
Taika Waititi, diretor de Thor: Ragnarok, é o grande responsável por unir os dois atores e incentivar o improviso em cena. “Nos referimos a nós mesmos como coelhos”, explica Thompson sobre o processo da dupla, “porque simplesmente procriamos palavras. Gostamos de nos superar, não deixamos o outro ter a última palavra. Quando estamos improvisando a cena acaba meio longa. Acho que uma parte vai acabar na sala de edição, mas espero que a outra parte entre no filme”. Segundo os atores, F. Gary Gray, o diretor de MIB: Homens de Preto - Internacional, deu toda a liberdade para que os dois dessem continuidade à "tradição" iniciada em Ragnarok. “Trabalhamos tanto no roteiro, então foi isso que filmamos. Mas para cada cena temos uma tomada ‘grátis’ em que podemos brincar”, garante Hemsworth, “Muitos diretores não mantêm isso. Eles começam dizendo ‘claro, sempre vou dar chance para você improvisar’. E daí uma vez que a coisa entra no ritmo tudo é jogado pela janela e aí fica só ‘faça o que puder com o que está escrito’. Mas aqui sempre temos a oportunidade de improvisar. E acho que é aí que damos ritmo para coisa. Não é que você reinventa toda a cena, são apenas pequenos toques entre os diálogos ou pequenas palavras entre os espaços que começam a preencher tudo e adicionam textura e cor. Tessa e eu gostamos disso”.
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A parceria com Hemsworth também marcou a entrada de Thompson no mundo do cinema comercial, o que levou a carreira da atriz para um novo patamar. “Tinha bastante receio de pisar no mundo dos grandes filmes pipoca, dos grandes filmes hollywoodianos. Venho do mundo do cinema independente, o que sempre me pareceu confortável. Mas há algo bem incrível no desafio de existir em um lugar de imaginação pura - e trabalhar dentro de uma tela verde pede que você faça isso. Pede que você olhe para pessoas em trajes engraçados com os rostos cobertos de pontinhos e projete ideias para eles. E acho que atribui a você tarefa que é essencial na atuação, que é brincar como uma criança. As pessoas que fazem isso bem, as que fazem com que você esqueça que é faz de conta, são as mais talentosas. Trabalhar no mundo da ficção científica e da ação sempre foi algo que quis fazer. Sinto que tenho sorte por poder fazer isso. E, por algum motivo, faço muito isso com Chris Hemsworth. O que não é ruim, porque ele é muito, muito bom nisso”.
Além de Thor: Ragnarok e MIB: Homens de Preto - Internacional, que estreia em 13 de junho, Thompson e Hemsworth dividem brevemente a cena em Vingadores: Ultimato. Apesar de terminar o filme em caminhos diferentes, com Valkíria ficando responsável pela Nova Asgard na Terra enquanto Thor parte para uma aventura com os Guardiões da Galáxia, é bem provável que os personagens voltem a se cruzar no Universo Cinematográfico da Marvel. Assim, caso o novo Homens de Preto dê certo nas bilheterias, concretizando os planos de uma nova trilogia, a dupla terá duas franquias compartilhadas nos cinemas. E se Hollywood ama uma boa parceria, é pela resposta do público, que aprecia o resultado da mistura de talentos e adora quando a linha entre realidade e ficção se torna tênue - a relação das telas ganha força pela amizade nos bastidores.