Laura Dern nunca vai se esquecer da primeira vez que viu um animatrônico de dinossauro na sua frente. “Estávamos naquela ilha do Havaí onde filmamos Jurassic Park, em uma caminhada no meio das gravações, e eu me deparei com este enorme modelo de tricerátops deitado na grama. Eu e Sam Neill começamos a chorar. É o mesmo sentimento que as pessoas tiveram quando viram o filme nos cinemas”, comenta ela ao Omelete.
Em seu retorno como a Dra. Ellie Sattler em Jurassic World: Domínio, a estrela esperava ter que lidar mais com dinossauros de CGI (ou seja, bolinhas de tênis espetadas na ponta de um arame) do que animatrônicos - mas este não foi o caso. “Eu me sinto bem grata pelo quanto Colin [Trevorrow] quis homenagear o legado da franquia, e trazer de volta aqueles modelos magistrais ao invés de confiar totalmente nos efeitos especiais. É claro que os artistas de CGI também são magníficos, mas muitos dos dinossauros estavam lá conosco. Isso fez com que o processo fosse muito similar ao do primeiro filme”, conta ela.
Jeff Goldblum, também de volta como o Dr. Ian Malcolm, endossa a visão da colega de elenco: “O time de efeitos práticos criou toda uma gama de novos, maiores e mais detalhados dinossauros, além de aparentemente serem mais cientificamente corretos do que os anteriores”. O ator se impressionou especificamente com o giganotossauro, o predador-alfa da vez, que desafia a supremacia do velho favorito T-Rex, e com quem o Dr. Malcolm tem um encontro particularmente aterrorizante.
“Foi incrível gravar essas cenas enquanto dezenas de pessoas talentosas trabalhavam nos animatrônicos, porque parecia real. Alguém estava fazendo o animatrônico respirar, piscar os olhos, dilatar as pupilas... Como ator, você realmente mergulha na situação”, garante.
O próprio Colin Trevorrow é quem nos explica a vantagem inegável dos efeitos práticos diante do CGI. “Para mim, é importante saber como os animais preencheriam o espaço vazio se estivessem realmente ali. Então, quando temos um animatrônico, conseguimos ver como isso acontece. Podemos enquadrá-lo como quisermos, escolher a nossa lente, filmar como se ele fosse só mais um ator”, comenta.
“Por outro lado, se você está gravando algo que ainda não está lá, você precisa passar mais tempo pensando nessas coisas, em como registrar a cena de uma forma que pareça que o dinossauro tem peso, tem massa de verdade”, diz ainda. “Eu acho que tenho um bom instinto para isso hoje, depois de trabalhar com tantos artistas incríveis de efeitos especiais, mas ainda é mais difícil que a alternativa”.
Jurassic World: Domínio já está em cartaz nos cinemas brasileiros.