O ATEEZ no final do show em São Paulo (Reprodução/Twitter)

Créditos da imagem: O ATEEZ no final do show em São Paulo (Reprodução/Twitter)

Música

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Em São Paulo, o ATEEZ define o “show de estádio” para a geração k-pop

Não é que o grupo “mereça” uma arena como o Allianz Parque - é que nada menor que isso seria capaz de contê-los

Omelete
4 min de leitura
27.08.2023, às 17H19.
Atualizada em 27.08.2023, ÀS 21H08

O show do ATEEZ no Allianz Parque, em São Paulo, na noite de ontem (26), já estava se encaminhando para duas horas de duração quando o grupo mostrou que ainda tinha algumas surpresas na manga, e muita energia para gastar. A sequência de canções energéticas que começou com “Good Lil Boy” e foi até “Say My Name”, com apenas uma breve pausa antes do clímax com “Guerrilla”, se mostrou inclemente, impecavelmente ensaiada e emblemática do fato que o ATEEZ, a sua música e o seu talento ao vivo pertencem a um estádio - e a nenhum lugar menor do que isso.

Fazendo de forma suave a transição do palco principal para a plataforma mais próxima ao público, os sete integrantes do grupo presentes no show (o oitavo, Jongho, ficou de fora por causa de uma lesão) demonstraram naquela sequência de canções, acima de tudo, que não há limites para o que um artista bem preparado pode fazer. 

A forma como os cantores alternavam entre os momentos sem coreografia, onde interagiam com o público e corriam o palco livremente, e a execução dos passos complexos que marcavam os refrões de cada canção, sem perder uma única deixa rítmica ou hesitar por meio piscar de olhos, nunca deixava de tirar o fôlego. O mesmo vale para os rompantes de liricismo do rapper Hongjoong, também líder, compositor e óbvio mood-maker do grupo, que se curvava diante do microfone sempre que tinha um verso impactante para entregar, em um gesto de teatralidade que pode até ser lido como símbolo de devoção à sua arte.

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Teatro, aliás, é o que não falta no show do ATEEZ. Isso fica óbvio logo na abertura, quando o grupo canta e dança (a espetacular) “Halazia” diante de um telão exibindo nuvens carregadas que soltavam raios vermelhos, e de uma escultura de espantalho pendurada ao fundo - o tal do telão, aliás, passa o show inteiro exibindo imagens grandiosas de eventos meteorológicos ou paisagens cósmicas do céu noturno. Mas a verdade é que, a partir daí, o drama não para mais. 

Seonghwa empunha uma espada durante alguns segundos de “Wonderland”, realizando gestos cerimoniais que sinalizam uma pausa da música. Hongjoong faz graça com uma bengala durante os versos iniciais de “Guerrilla”, liderando o grupo em uma caminhada maliciosa em direção à frente do palco. Labaredas irrompem diante dos dançarinos em pontos chave de canções como “The Ring”, se chocando belamente com os feixes de luz dos holofotes, pontuados pelas gotas da garoa que caiu insistentemente durante o show. Um navio pirata ganha forma em certo ponto do espetáculo, com o líder fincando uma bandeira no chão do palco para marcar o Brasil como território conquistado pelo ATEEZ. 

E, é claro, as menores escolhas fazem muita diferença. Por exemplo: o corpo de dançarinos do ATEEZ, embora onipresente, permanece o show todo vestido em cores invertidas em relação aos figurinos dos integrantes (trocados ao menos três vezes durante toda a performance). Mas não é só uma forma de realçar o protagonismo dos cantores - assim, ocupando o espaço negativo do palco, os dançarinos se tornam uma espécie de moldura humana, em constante movimento, para a apresentação do grupo. É o jogo do fazer mais com mais, de aproveitar cada elemento para adicionar significado e impacto à sua arte.

Depois de tudo isso, é até difícil de acreditar que o show no Allianz marcou o primeiro do ATEEZ em um estádio. Não se trata só de uma questão de merecimento, mas de característica imutável: é incabível imaginar o espetáculo de ontem em um teatro, uma casa de shows, um palquinho secundário de festival. É uma experiência gigante, em seus gestos dramáticos e sua altura ensurdecedora, e uma experiência que só funciona se for massivamente comunitária. Afinal, ninguém deveria ter que gritar “ATEEZ PRESENT!” de novo e de novo e de novo, até Hongjoong se declarar satisfeito com o barulho dos fãs, se não for acompanhado de outras 30 mil pessoas fazendo a mesma coisa.

(O show da ATEEZ World Tour - The Fellowship: Break the Wall em São Paulo foi uma produção da 30e.)

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