Impossível negar que o KARD tem uma relação especial com o Brasil. O grupo de k-pop, um dos poucos da indústria coreana que mistura integrantes masculinos e femininos, passou em turnê por aqui três vezes em três anos - 2017, 2018 e 2019 -, parando em sete capitais diferentes pelo país e muitas vezes trocando shows por eventos em que os quatro integrantes atenderam fãs pessoalmente para autógrafos e rápidas conversas, os famosos fansigns.
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E esse tempo todo por aqui teve seu impacto. Em entrevista ao Omelete, o integrante BM diz que carrega do Brasil “memórias que continuarão com ele pelo resto da vida”. “Eu me apaixonei pelos fãs, antes de qualquer coisa. Uau, a energia aí é diferente. Eu não sei como os nossos fãs brasileiros ficam gritando por tanto tempo! Se eu gritasse daquele jeito por uma hora e meia, duas horas, minhas cordas vocais estariam arruinadas”, comenta.
A gritaria “chegava a doer os ouvidos”, brinca o cantor, compositor e rapper, que forma o grupo junto com J.Seph, Somin e Jiwoo - mas era uma dor boa de se sentir. “Esse barulho vem do amor e do apoio [dos fãs pelo grupo], e nos dá uma adrenalina incomparável. Eu mal conseguia ouvir a música no meu ponto!”, lembra.
Churrasco, pão de queijo e paçoca
BM, que nasceu nos EUA e hoje vive na Coreia do Sul, exibe um português quase sem sotaque… quando o assunto é comida. “Comi tanto quando estive aí. Acho que comi churrasco dia sim, dia não. Eu amo pão de queijo, paçoca, guaraná. Tudo isso”, comenta, listando os nomes das iguarias na nossa língua.
“O país é tão cheio de cultura… As pessoas são cheias de energia positiva e sorriem o tempo todo! É difícil ver isso em uma cidade grande e movimentada, onde todo mundo só quer chegar ao lugar aonde precisa ir. Não vejo muito isso na Coreia, mas, quando fui ao Brasil e vi tantos rostos sorridentes, foi de aquecer o coração”, completa.
Volta em 2022
O retorno do KARD ao Brasil já está marcado: em julho de 2022, eles fazem eventos de fansign no Rio de Janeiro e em Brasília (será a primeira visita do grupo à capital nacional), e shows em São Paulo e Curitiba. Os ingressos variam entre R$ 90 e R$ 600, a depender dos setores da plateia e da modalidade dos eventos - veja mais informações no site da Highway Star, que promove a turnê.
Originalmente programada para 2021, a nova passagem do KARD por aqui foi reagendada por conta da pandemia do coronavírus. A notícia boa é que esse adiamento vai permitir que o integrante J.Seph participe dos eventos, já que ele deve terminar o seu serviço militar, obrigatório na Coreia do Sul, em abril de 2022.
A ausência dele, o mais velho do grupo, também dificulta o lançamento de material inédito do KARD, como nos conta BM. As outras duas integrantes, Somin e Jiwoo, estão trabalhando em material solo, como ele, que lançou no começo do mês o EP The First Statement (leia mais sobre isso na segunda parte da nossa entrevista) - mas BM promete que também vem novidade do KARD por aí.
“Todos nós temos na cabeça que precisamos nos planejar para material novo em breve, mas temos algumas coisas que virão antes…”, provoca ele, com um sorriso no rosto. “Eu não quero dar spoilers demais”.