A 1975 tocou seus primeiros acordes pontualmente às 18h55. Ali, já estava o prenúncio da vibe perfeita, que duraria todo o show: festa com baile dançante. Um clima excelente para abrir a noite do palco Budweiser.
Surgidos em Manchester, Inglaterra, o grupo conta com Matty Healy nos vocais e guitarra, Adam Hann (guitarrista), George Daniel (baterista, vocalista) e Ross MacDonald (baixista), acompanhados por mais um saxofonista, um tecladista, uma guitarrista e um percussionista; conjunto ideal para entregar, ao vivo, todas as camadas sonoras que transformaram a banda em um sucesso global.
O palco iluminado, com aquela cara de show de auditório dos anos 90, foi o ambiente perfeito para acomodar as músicas tocadas, uma a uma, para consolidar o clima de festa a céu aberto, com um grupo extraordinário fazendo muito bem o seu trabalho e com muita vontade.
No gramado, groove e swing eram os combustíveis do público; no palco, Matty acendia um cigarro atrás do outro e dava goladas em uma garrafa de vinho, como se o amanhã nunca fosse chegar.
A banda, composta por músicos que dominam a atmosfera pela qual são responsáveis, conseguia, com tranquilidade, estender o tecido do tempo, sustentando sonoridades e improvisos que estimulavam passos e sorrisos da plateia por toda a jornada musical.
Junta-se a isso a personalidade interessante de Matty, um artista que faz parte de um grupo de qualidade, e exalta isso: "Um detalhe sobre nós, é que a gente continua melhorando", comenta ao microfone, antes de cantar "It's Not Living (If It's Not With You)".
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Durante a sequência de boas músicas composta por "About You", Robbers" e "Somebody Else", ficou evidente a força que influências como Peter Gabriel e Genesis têm na sonoridade do 1975. No entanto, eles conseguiram criar um tempero próprio, do nosso tempo, um frescor do agora.
A performance de palco de todo o grupo, com Matty, muitas vezes chegando próximo ao limite do teatral, dançando, com sua garrafa de vinho, e cantando para uma câmera que colocou seu rosto em destaque nos telões, colabora para essa percepção que mistura o velho e o novo.
Um show no qual, tudo, absolutamente tudo, funcionou para que a banda conseguisse manter a atmosfera de um baile movido a romance e paixão, de forma permanente.
Com tudo isso potencializado, já quase no fim do show, "The Sound" vem para mudar os ares e fazer todo mundo pular, deixando as baladas tristes e arrepiantes para trás, e gerando um momento que inspira Matty a "sequestrar" uma câmera e filmar o que for possível enquanto se move pelo palco.
"Sex" e "Give Yourself a Try" fecham um show perfeito, com tudo em seu devido lugar, confirmando que 1975 é uma banda que entende sua magnitude musical e por isso sai do palco deixando no público a sensação que toda apresentação memorável precisa deixar: "Vocês assistiram à maior banda do mundo".
O primeiro dia de Lollapalooza 2023 contou com shows de Lil Nas X, Billie Eilish, Kali Uchis, Rise Against e o DJ Pedro Sampaio. O segundo dia trouxe ainda Tame Impala e Twenty One Pilots. No domingo, se apresentam Rosalía e Drake.