Música

Crítica

Muse e Nine Inch Nails no Lollapalooza Brasil 2014 | Crítica

Ao lado do Nação Zumbi, bandas encerraram o primeiro dia do festival

06.04.2014, às 12H54.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H41

O Muse encerrou Lollapalooza Brasil 2014 com um show grandioso, como era esperado. Nem mesmo a combalida voz de Matt Bellamy incomodou as 80 mil pessoas presentes no Autódromo de Interlagos. E entre sucessos antigos e hits do seu último disco, The 2nd Law, o grupo ainda fez uma homenagem aos 20 anos da morte de Kurt Cobain, do Nirvana, ao tocar "Lithium".

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Os problemas vocais de Bellamy haviam obrigado a banda a cancelar o show paralelo que fariam no Grand Metropole, na última quinta-feira. No entanto, os fãs que apareceram no Lollapalooza puderam acompanhar uma apresentação excelente. "Starlight" e "Hysteria", antigos sucessos, se misturaram a novos hits como a boa "Liquid State". Em "New Born", tocada na primeira parte do show, o vocalista mostrou não conseguir alcançar as notas necessárias. Apesar disso, sua guitarra e as ótimas performances de Chris Wolstenholme e Dominic Howard compensavam o problema.

O Muse repetiu o espetáculo tecnológico visto no Rock in Rio ano passado. Som de primeira qualidade, telões atrás do palco com ótima definição e uma infinidade de luzes e efeitos cenográficos que conversavam com as faixas tocadas. A potência do som apresentado, atrelado ao impacto de refrões como o de "Time is Running Out", comprovam a impecável presença de palco dos ingleses. Não que precisasse, mas tocar "Lithium" só tornou o show inesquecível. Esse é o tipo de lembrança que ficará na memória.

O vazio e espetacular Nine Inch Nails

O último show do Palco Onix foi um dos mais vazios do dia. Consagrado na década de 1990, o Nine Inch Nails voltou às paradas com o álbum Hesitation Marks e trouxe ao país uma turnê que deixa claro a ovação que carrega no exterior. A falta de uma plateia mais numerosa foi compensada pela empolgação de quem estava presente e acompanhou um dos melhores shows da história do Lollapalooza Brasil. A aparência do palco do NIN é modesta. Com tudo apagado, as torres de luz atrás dos instrumentos não parecem causar o impacto que mostram durante a apresentação. Com "Wish", Trent Reznor e seus companheiros entraram como um murro no peito. O som do Onix parecia ter mudado da água para o vinho, se comparado ao que aconteceu no Imagine Dragons. Ao lado da presença teatral e imponente de Reznor, se destaca o baterista Ilan Rubin, que rouba a cena. Além de um talento incomum, as luzes postas atrás dele em diversas faixas deixam a performance ainda mais impressionante.

Som, luzes, sombras e movimento combinados de maneira perfeita. A apresentação curiosamente não incluiu "Copy of A", melhor single de Hesitation Marks, nem "Closer", pedida por muitas pessoas próximas ao palco. O show do NIN, no entanto, extrapola setlist e hits isolados. É como uma experiência audiovisual completa. O importante, naquele momento, era que o final estivesse cada vez mais longe.

O brasileiro headlinder: Nação Zumbi

Os problemas técnicos que assombraram o palco Interlagos não livraram os pernambucanos do Nação Zumbi. Além de ter que lidar com a debandada do público de Lorde, na música "Bossa Nostra", a guitarra de Lucio Maia falhou e o problema só foi resolvido quase na metade do show. Apesar dos pesares, a banda não deixou de colocar o público para dançar e cantar com seu tradicional manguebeat. A dispersão da plateia do show anterior até ajudou, pois as pessoas poderiam rodopiar pelo espaço livre que tinham ao redor do palco.

Anunciado pelo vocalista Jorge Du Peixe, a banda apresentou o novo álbum homônimo "Nação Zumbi", que será lançado, com singles como "Cicatriz", "Foi de amor" e "Defeito Perfeito", que já estavam na boca do povo. Jorge Du Peixe chegou a entrar em questões sociais, como de costume, e falou da Copa do Mundo, mas o cantor não se estendeu e aproveitou o momento para homenagear a obra de Chico Science e os 20 anos do marco zero da banda com "Da Lama ao Caos" de 1994. "A Cidade" e "Manguetown" foram as escolhidas.

Nota do Crítico
Bom

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