Quando os músicos do The Rose aterrissarem no Brasil para o seu show no Lollapalooza 2023, será a segunda vez em menos de um semestre que eles passam por aqui. Isso porque a banda sul-coreana esteve em solo brasileiro em dezembro do ano passado, para uma apresentação solo no Espaço Unimed, em São Paulo - evento que marcou, inclusive, um recorde para o The Rose.
“Estamos muito animados para o nosso show no Brasil - da última vez que estivemos aí, tivemos o maior público de toda a turnê!”, comentaram os rapazes em entrevista ao Omelete. “Os shows aí sempre são incríveis, e ficamos curiosos para saber quem está nos vendo pela primeira vez e quem já estava nos anteriores. Nessa turnê, costumamos pedir para os fãs que estão nos vendo pela primeira vez levantarem as mãos, assim podemos ver quais são os rostos novos na plateia.”
A turnê em questão é a Heal Together World Tour, lançada em apoio ao álbum Heal, de outubro do ano passado, que rapidamente se tornou o mais vendido da carreira da banda. A agenda apertada não deixa muito tempo para o The Rose aproveitar “as paisagens e a culinária” (nas palavras deles) dos países que visitam, mas isso não significa que eles cheguem por aqui sem saber nada sobre o Brasil.
“Em termos de música brasileira, Anitta está fazendo um trabalho maravilhoso!”, comentaram ao Omelete. Se combinar direitinho, quem sabe rola um feat…
Retorno inspirado (e inspirador)
A estreia do Heal e a turnê mundial marcaram o fim de um jejum de quase três anos para os fãs do The Rose. A pandemia de covid-19 e o serviço militar obrigatório dos integrantes da banda causaram o afastamento, mas os músicos não escondem que se sentem um pouco “sortudos” pela forma como as coisas se alinharam.
“Lançar um álbum e sair em turnê neste momento em que é possível, novamente, fazer shows ao vivo… É gratificante”, comentam. “Essa reunião com os fãs foi o momento mais incrível do ano passado para todos nós, porque nos lembrou que existem muitas pessoas por aí que realmente se importam com a nossa música."
O conceito por trás do disco, capitaneado pelos singles “Childhood” e “Sour”, também é oportuno para um mundo que aos poucos se afasta de um momento traumático. Antes de se reunir para compor as músicas, o The Rose pediu aos fãs para enviarem histórias “sobre como se curaram de eventos traumáticos do passado, ou se ainda precisam se curar de algo no futuro.”
“O resultado é um disco largamente inspirado pelas mensagens e histórias que recebemos”, apontam os artistas. “Sempre acreditamos que a música tem um poder curativo, e os fãs são importantes para nós - queremos que eles façam parte desse processo, e que nós possamos fazer parte do deles.”
“Depois da turnê, vamos voltar ao estúdio”
Durante o hiato do The Rose, um dos bálsamos para os fãs foi a carreira solo lançada pelo vocalista e guitarrista Woosung. Foram dois álbuns nesse período: Genre (2021) e Moth (2022), que surpreenderam pela exploração de diferentes gêneros e instrumentais, flertando com o R&B e o synthpop.
“Acho que a essência da música que eu crio vem do mesmo lugar, não importa se é no The Rose ou nos meus projetos solo”, desconversa o artista. “Foi bacana me esticar um pouco para diferentes direções e gêneros, trabalhando com outros produtores, mas meu coração sempre estará com a banda e com a nossa jornada juntos.”
Para os outros integrantes (o tecladista e vocalista Dojoon, o baterista Hajoon e o baixista Jaehyeong), não há nenhuma pressa para sair em carreira solo. “No momento, estamos ocupados o bastante com o The Rose, e gostamos de aproveitar as pausas das atividades da banda para viajar, relaxar, descansar… Sempre que estamos promovendo um álbum, trabalhamos muito”, confessam os músicos.
O espírito workaholic não deixa a história acabar por aí, no entanto, especialmente em um período tão cheio de inspirações quanto uma turnê mundial: “Depois de todos os shows, vamos voltar ao estúdio para compor”. O The Rose se apresenta no Palco Adidas do Lollapalooza 2023 no domingo, 26 de março, a partir das 16h25.