Mangás e Animes

Entrevista

Cavaleiros do Zodíaco | Filme pode apresentar franquia a novos fãs, diz elenco

Mesmo sem conhecerem previamente a franquia, os atores acreditam no potencial do longa.

Omelete
4 min de leitura
27.04.2023, às 06H00.
Atualizada em 11.08.2023, ÀS 12H13

A adaptação para o cinema de Os Cavaleiros do Zodíaco é uma situação curiosa. Embora o anime e o mangá sejam extremamente populares em países da América Latina e Europa, em territórios como EUA a franquia é quase uma "ilustre desconhecida". E isso ficou comprovado quando nós do Omelete pudemos conversar com parte dos atores que compõem o elenco deste live-action.

"Eu acho que posso falar por todos nós que não estávamos familiarizados com Os Cavaleiros do Zodíaco" adianta Diego Tinoco, ator responsável por dar vida a Ikki de Fênix. De família latina, o ator contou como seus parentes comemoraram ao saber do convite para interpretar o cavaleiro: "eles falaram 'esse é um dos maiores animes, você tem que fazer' e eu falei 'certo'". A atriz Famke Janssen, a vilã Guraad no filme, confirmou essa fama da série em território europeu: "eu sou holandesa. Na Europa, em países como França e Itália, todo mundo que conheço fala desse programa de TV, que era muito grande. Todos que conheço da Europa falam que isso é algo muito importante".

Mas não conhecer Os Cavaleiros do Zodíaco também foi visto pelos atores como uma vantagem. Madison Iseman, a Saori Kido, enxerga como uma possibilidade para as pessoas dos EUA conhecerem a franquia. Já Mark Dacascos, o Mylock (personagem equivalente ao mordomo Tatsumi), prefere olhar pelo lado cheio do copo: "eu acho que é até uma vantagem não saber quantos fãs a série tem. É sempre uma pressão fazer um filme, e é menos pressão quando você não sabe o quão famosos são os personagens e a história", confessou.

Diego Tinoco, Famke Janssen e Nick Stahl/Omelete

Drama Familiar e romance

O filme de Os Cavaleiros do Zodíaco tem um pezinho no drama familiar, principalmente porque a grande vilã do longa, Guraad, é a mãe adotiva de Saori Kido. As possibilidades de roteiro agradaram Famke, que enxergou uma profundidade nas ações de sua personagem: "ela havia visto a destruição de seus próprios braços por aquela criança". A atriz apreciou ter um arco de personagem para a vilã, explicando que “em filmes de ação isso não é tão comum".

Para Madison Iseman, o filme também trouxe uma discussão muito interessante, e relacionável, para sua personagem Saori Kido, a humana que é a reencarnação da deusa Atena. "A história da Saori no filme, o que guia a personagem, na época era algo que eu também passava. A Saori tem uma espécie de Síndrome do Impostor, não acredita ser capaz de fazer o que esperam dela. A experiência inteira foi bastante terapêutica, eu diria. A mensagem do filme é algo de que todos podem tirar uma lição", argumentou a atriz.

Mark Dacascos e Madison Iseman/Omelete

Como Madison estava bem desenvolta na entrevista, aproveitamos para perguntar sobre o coraçãozinho da deusa Atena. Afinal, será que nessa adaptação cinematográfica podemos esperar um casal com o protagonista Seiya (interpretado pelo ator Mackenyu), algo que muitos fãs torciam para rolar na série original? Após ser provocada pelo colega de elenco Mark Dacascos, Madison revelou gostar muito de casais no estilo Romeu e Julieta ou então do clichê "de inimigos a amantes", de pessoas que não se suportam e depois percebem ter afinidades, e ela vê isso em Saori e Seiya. "Os dois são teimosos, não aceitam as coisas muito bem, e estão lidando com esse conflito interno de ‘quem sou eu?/quem eu quero ser?/que decisões tomarei na minha vida?’, e no final eles percebem que precisam um do outro". Porém, a atriz não vê os dois acontecendo como casal por um motivo simples: ele é um guerreiro e ela é uma deusa. "Nunca haverá um final feliz, eles não podem estar juntos", explica.

O espírito do "shonen de lutinha"

Os Cavaleiros do Zodíaco é um tradicional shonen de batalha, ou seja, histórias com bastante ação e arcos dramáticos para seus personagens desenvolverem conversando no meio da porradaria. E o filme entrega esse “espírito”, mas em partes.

Diego Tinoco, por exemplo, defende as motivações de seu Ikki de Fênix: "Se você assistir ao anime original, Ikki vê a namorada sendo assassinada pelo seu mentor em uma ilha durante seu treinamento, seu irmão é afastado dele na infância, ele tem todos esses traumas e agora ele batalha pelo que acredita ser o melhor caminho para ele. Ele é como o azarão, e o público adora torcer por um azarão e vê-lo vencer", argumenta.

Quem também se mete em brigas (uma das melhores do filme, inclusive) é Mylock. Mark Dacascos relatou que a luta de seu personagem contra os cavaleiros de Guraad foi bastante intensa: "eu adorei fazer as cenas de ação. No dia tínhamos gravado outras cenas e havia pouco tempo para esta luta. É sempre intenso fazer uma cena de luta, ainda mais intenso quando temos pouco tempo, conseguimos concluir graças ao [ator, dublê e coreógrafo] Andy Cheng e seu time maravilhoso. Foi um sonho trabalhar com todos eles".

Agora falta descobrirmos se essa visão nova de Os Cavaleiros do Zodíaco será o suficiente para conquistar países que não têm um sentimento nostálgico com a franquia. O filme está em cartaz nos cinemas brasileiros. 

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