Quando foi lançado, em 2013, o live-action Círculo de Fogo deu início a uma nova fase do “monstroverso”, ou “kaijuverso”, nos cinemas. O longa recheado de estrelas precedeu a nova era de Godzilla e Kong e também produções baseadas em seu próprio universo, como a animação Círculo de Fogo: The Black. Na primeira temporada do anime, conhecemos a história dos irmãos Hayley e Taylor, que precisam se separar dos pais para sobreviverem em uma região dominada por kaijus. Nesse processo, eles conhecem uma criança e uma assassina que preenchem o vazio deixado pela ausência dos pais.
Após uma temporada mais focada na superação dos protagonistas, a animação retornou mais madura e sombria para seu segundo ano, apostando em desafios bem diferentes dos da primeira leva de episódios. Na segunda temporada, os irmãos e o Garoto seguem tentando deixar a zona obscura e retornar à civilização que ainda resiste aos monstros gigantes; mas, durante um ataque, a misteriosa criança resgatada por eles revela seu lado kaiju e se transforma em um monstro feroz.
Além da ficção científica e o constante medo dos kaijus, a história se apoia em relações familiares, tanto a dos irmãos com os pais quanto as dos demais personagens adicionados ao longo da série. Essas conexões são mais exploradas nos novos episódios e têm o papel de amadurecer as decisões e passos que os protagonistas tomam ao longo dos episódios, servindo às vezes como justificativas e outras, como clímax.
Ainda na tentativa de entregar uma trama mais encorpada no segundo ano, a animação apostou em uma vilã mais sobrenatural que científica e uma seita de mulheres hipnotizadas conhecidas como “As Irmãs”. O objetivo desse grupo é fazer com que o Garoto se torne uma espécia de anjo do apocalipse e elimine toda a raça humana. Porém, esse recurso, por mais que saia bem na tela, soa como pedante quando comparado ao restante da obra. Para alcançar o público desejado, a história dispensa a linha coesa de ficção científica que o cinema já apresentou ao público e abraça uma antagonista que já não se sustenta tão bem.
Apesar de parecerem desconectadas com o conhecido do kaijuverso, as Irmãs cumprem o papel de apresentar uma evolução desses monstros, com “kaijus humanos”. Elas também dão um tom de horror à história, que por muitas vezes parece infantil. Com seus costumes ritualísticos assombrosos e gosto por aparições noturnas, as vilãs elevam o nível da temporada até que decidem abandonar essa estética e se transformar em guerreiras-kaiju, devolvendo o clima de perseguição e drama que a série tinha na primeira temporada.
As escolhas dos criadores Greg Johnson e Craig Kyle para a segunda temporada apontam em direção a um futuro em que os monstros gigantes talvez não sejam o principal problema. Entre altos e baixos, o novo ano da série consegue entreter mesmo com a falta de pé no chão e ilumina um caminho interessante para uma possível nova temporada.
Círculo de Fogo: The Black
Em andamento (2021- )
Criado por: Pacific Rim: The Black
Duração: 2 temporadas
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