Live-action de anime se tornou um formato comum? (Reprodução/Montagem)

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Mangás e Animes

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Precisamos aceitar: os live-actions de anime já se tornaram banais

Não há escapatória, sua obra favorita também vai ganhar uma versão de carne e osso

Omelete
3 min de leitura
05.10.2023, às 13H19.
Atualizada em 05.10.2023, ÀS 13H40

Quando o clássico Oldboy foi lançado, lá em 2003, adaptações live-action de animes e mangás ainda não eram polêmicas como hoje. Essa discussão só começou a ganhar força quando o primeiro filme de Death Note chegou, em 2006 (a boa adaptação japonesa, não aquela bizarrice feita no ocidente na década seguinte). Goste ou não da versão original, foi Death Note que abriu um portal de possibilidades para novas adaptações. E, a partir desse ponto, o mercado de Hollywood passou a ter um olhar mais atento para o gênero, e em 2008 ganhamos o live-action de Speed Racer, dirigido pelas irmãs Lana e Lilly Wachowski (Matrix).

Esse novo olhar da indústria para as adaptações de obras japonesas foi uma faca de dois gumes. Enquanto boas ideias eram concebidas de um lado — como nos casos de Speed Racer, Bleach (2018) e Alita: Anjo de Combate (2019) —, do outro, planos desastrosos eram colocados em prática. Nesse turbilhão de péssimas adaptações tivemos os infames Dragonball Evolution (2009), Ataque dos Titãs (2015), e Death Note e Cowboy Bebop (2021), ambos da Netflix. Esses projetos, que pareciam apenas visar lucro pelo hype do material original, nasceram fadados ao fracasso — e foram rejeitados pelo público.

Mesmo que investindo com mais erros que acertos, Hollywood ainda mantém seus olhos nas franquias do Japão. Um exemplo disso está na recente primeira temporada de One Piece — A Série, anunciada sob muita desconfiança, especialmente considerando o histórico da Netflix com essas adaptações. Porém, contrariando boa parte das baixas expectativas (criadas em parte pela própria empresa por seu recente Cowboy Bebop), a produção acertou o tom e conquistou tanto os fãs leais ao anime e mangá quanto marinheiros de primeira viagem.

Mas de onde vem essa febre de live-actions? Nos últimos anos, acompanhamos um movimento de maior escala em Hollywood, que investe em peso em adaptações, remakes e reboots. Até obras já estabelecidas como Harry Potter e Percy Jackson ganharão novas releituras. A corrida por adaptações vem, em parte, pela ausência de novas franquias de sucesso, unida ao imediatismo dos estúdios para lucrar com suas produções: é muito mais garantido chamar a atenção do público com grandes franquias estabelecidas do que arriscar apostando em títulos sem apelo instantâneo.

Sem terem para onde correr dentro das próprias salas, executivos olham para além das fronteiras e procuram franquias de sucesso em outros países — e assim chegamos onde chegamos. Curioso é que, mesmo assim, o público segue se surpreendendo quando estúdios anunciam um novo live-action. Se nada mudar na Hollywood atual (e nada parece que vai) ainda veremos adaptações de Chainsaw Man, Spy x Family ou até Hunter x Hunter.

Até por isso, talvez seja hora de abrir a cabeça e lembrar que existe chance de adaptações serem realizadas de um modo satisfatório. Pode ser que Hollywood tenha aprendido pelo erro, mas One Piece veio para nos mostrar que com dedicação e orçamento, é possível fazer uma ótima adaptação de um anime ou mangá.

Algumas das adaptações confirmadas hoje incluem um filme de Gundam, outro de My Hero Academia, uma versão de One Punch Man dirigida por Justin Lin e uma série de Yu Yu Hakusho — e essa lista deve aumentar em breve. O fato de ainda vermos esses filmes e séries sendo anunciados mostra que adaptações em carne e osso dos nossos animes e mangás favoritos vão acontecer mais cedo ou mais tarde, independentemente da nossa vontade. Isso nos leva a pensar: quais novos títulos poderemos ver adaptados? Um novo live-action de Dragon Ball? Um filme de Naruto? E por que não uma série de terror adaptando Jujutsu Kaisen? A partir daqui, tudo é possível — e ninguém pode dizer que a gente não avisou.

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