Quadrinista transforma BBB 22 em mangá e faz sucesso nas redes sociais

A icônica revista japonesa Shonen Jump, responsável por publicar Dragon Ball, Naruto, One Piece e Saint Seiya, entre outras histórias de sucesso no mundo, poderia se preparar para lançar um novo mangá: BBB 22. Calma, isso não vai acontecer, mas o reality show da Globo ganhou uma versão em quadrinhos e viralizou nas redes sociais.

O autor da transformação do Big Brother Brasil em mangá é o ilustrador Israel Guedes, ou simplesmente Izu. O profissional de 31 anos mora em Macapá e, assistindo ao programa de TV, percebeu semelhanças com os quadrinhos japoneses, principalmente a rivalidade entre o ator Arthur Aguiar e a influenciadora digital Jade Picon, eliminada no paredão da última terça (8).

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O ponto de partida para o cartunista se inspirar no BBB para produzir o mangá foi o retorno de Arthur Aguiar de seu segundo paredão, em 15 de fevereiro. Izu desenhou o olhar de decepção de Jade Picon para o ator abraçando o namorado dela no reality, o atleta olímpico Paulo André Camilo. A publicação rendeu mais de 13 mil compartilhamentos e 97 mil curtidas.

"Minha mulher e eu estávamos dando uma olhada despretensiosamente nesse BBB para decidirmos se iríamos acompanhar ou não. As coisas estavam bem mornas. Vi aquela cena da Jade observando fixamente o P.A. e o Arthur se abraçando. Na hora pareceu muito uma cena de mangá na minha cabeça. Como muita gente estava comentando, decidi fazer uma arte para ver se ganhava uns likes e seguidores para os meus perfis de arte. Tomei um susto com a proporção que isso tomou. A partir deste momento comecei a acompanhar mais atentamente esse BBB", conta Izu ao Omelete.

O ilustrador, que trabalha para estúdios desde 2014 e há quatro anos é professor de uma escola de mangá, conquistou mais de 13 mil seguidores em poucas semanas. A arte, publicada no perfil @thunters_manga, repercutiu até no programa Encontro com Fátima Bernardes e foi elogiada pela apresentadora da Globo.

Israel Guedes passou a roteirizar mais cenas do Big Brother Brasil no formato mangá, sempre focando no duelo entre Jade e Arthur. O Big Fone atendido pela influenciadora e a indicação dela no rival também viraram desenhos.

"Em geral, os mangás que costumam figurar pela Shonen Jump são minhas principais inspirações. Tramas dinâmicas com personagens jovens lutando entre si para conseguirem alcançar seus objetivos facilmente empolgam a mim e muitas outras pessoas. Por isso tento passar esse clima nos meus mangás. Algumas obras que me influenciaram muito são One Piece, Fullmetal Alchemist e Shaman King", explica o cartunista.

A obra mais esperada pelos seguidores de Izu saiu na tarde desta quarta-feira: o capítulo final de Jade Picon no BBB 22. O ilustrador publicou, em mangá, como foi a eliminação da influenciadora no paredão com a segunda maior votação da história do reality show. A participante recebeu 84,93% dos votos, contra apenas 1,77% de Arthur. Jessilane, terceira indicada, ficou com 13,3% do total.

"Foi o paredão mais envolvente até agora. Eram os participantes mais marcantes desta temporada, na minha opinião. Muita gente já tinha certeza que a Jade ia sair, mas até o último minuto eu não sabia o que poderia acontecer e fiquei bem ansioso pelo resultado. Nem piscava!", brinca.

Izu não pensa em publicar o mangá do BBB (porque envolveria questões jurídicas com a Globo), mas quer ilustrar até a grande final, prevista para 26 de abril, dependendo da audiência do programa e da repercussão de suas obras na internet. Ele teme pelo desinteresse do público após a saída de Jade, porém se mostra inspirado para continuar transformando o reality show em mangá.

"Achei que foi cedo esse embate. A rivalidade de Jade e Arthur para mim era a coisa mais interessante desta edição. Era uma vibe muito forte de adversários de mangá. Gosto muito de desenhar as expressões dela. Sem a Jade, não sei se o programa manterá o meu interesse da mesma forma. O programa estava bem morno no começo, mas seus planos de manipulação deram uma melhorada na edição. Tenho receio real de que as coisas voltem a ficar sem graça. Eu planejo continuar fazendo a versão em mangá até o final, a não ser que o engajamento do público caia consideravelmente", conclui Israel Guedes.