“Trabalhando na Marvel, eu considero que o meu trabalho é conhecer tudo sobre as histórias em quadrinhos”. A declaração é da produtora Mary Livanos, figura chave dos bastidores MCU, que começou como assistente de produção até receber créditos em Capitã Marvel, Guardiões da Galáxia, WandaVision e, agora, As Marvels.
“Quando a ideia de adaptar um personagem surge, eu tento ler todas as edições em que ele já apareceu, para realmente entender o que estamos colocando na tela”, completa ela em entrevista ao Omelete. É essa dedicação que ela demonstra na hora de falar da guerra entre os Skrull e os Kree, raças alienígenas que compartilham um histórico conturbado nos cinemas e nos quadrinhos.
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“No caso dos Skrull e dos Kree, nós tivemos muitos enfrentamentos entre essas espécies durante a história da Marvel, e todas essas narrativas são atemporais em seus temas”, reflete Livanos. “Por algum motivo, esse conflito sempre acaba refletindo questões muito reais do nosso próprio mundo, e poder levar isso para o cinema, principalmente em uma história de ficção científica, é um grande privilégio.”
Tendo em vista que os Kree expulsaram os Skrull de seu planeta natal, obrigando-os a viver como refugiados pela galáxia, inclusive na Terra (as consequências disso são abordadas em Invasão Secreta, série recente do MCU), o enfrentamento retomado em As Marvels levanta questões politicamente carregadas como imigração e imperialismo - mas Livanos não tem medo dessas e de outras palavras espinhosas.
“Eu acho que é inevitável ‘esbarrar’ em temas mais densos quando você está contando uma história, qualquer tipo de história. A arte imita a vida, certo?”, aponta ela “Se você vai colocar nações alienígenas para guerrear em sua história, de alguma forma vai acabar refletindo a realidade.”
As Marvels já está em exibição nos cinemas brasileiros.