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Invasão Secreta: Como experimentos de Gravik podem ajudá-lo contra os Vingadores

Banco de amostras de DNA em posse do vilão pode confirmar teoria dos Super-Skrulls; entenda como isso se conecta às HQs

Omelete
5 min de leitura
30.06.2023, às 15H58.
Atualizada em 30.06.2023, ÀS 18H41

[Atenção: artigo contém spoilers de “Promessas”, segundo episódio de Invasão Secreta]

Não é propriamente com arrogância que Gravik (Kingsley Ben-Adir) rebate o Conselho Skrull quando os Vingadores são mencionados como possível empecilho para seus planos. Na realidade, há uma tranquilidade na sua voz que não deixa dúvidas de que exista, no mínimo, um plano de contenção. É claro que, na ausência dos heróis — neste caso, segundo Nick Fury (Samuel L. Jackson), como uma medida de segurança para evitar que os terroristas os repliquem —, é muito confortável para o vilão confiar na sua capacidade de dano e resposta. Contudo, Invasão Secreta revela que Gravik tem mesmo razões para se gabar: ele tem construído uma máquina para tornar os Skrulls mais fortes, e a combinação genética parece ser a chave para isso.

Em “Promessas”, G’iah (Emilia Clarke) descobre que, com a ajuda de alguns capangas, o agora general está montando um banco de DNAs. Nas suas Colheitas ele já conseguiu amostras genéticas do Groot, do Cull Obsidian, de uma Fera de Gelo e até do Extremis — uma seleção limitada, mas impressionante; veja:

DNA do Groot no banco de dados do Gravik em Invasão Secreta
Invasão Secreta/Marvel Studios/Reprodução

Esta revelação, ainda que grave, não chega a ser surpreendente. Desde que Gravik apareceu em um dos trailers lançando galhos com seus braços, ficou subentendido para os fãs das HQs que o vilão pretendia criar a sua versão dos Super-Skrulls. Afinal, esta é uma tática antiga dos alienígenas.

Capa de Quarteto Fantástico #18, de 1961
Marvel Comics/Divulgação

A primeira menção nas páginas a estes soldados com habilidades especiais aconteceu no número 18 de Quarteto Fantástico, em 1961. Depois de uma tentativa fracassada de conquistar a Terra, os Skrulls modificaram um dos seus guerreiros para que ele tivesse não só as habilidades de Reed Richards e companhia, como algumas melhorias. O sucesso do experimento foi o suficiente para que o imperador se desse por satisfeito e o enviasse sozinho para enfrentar a equipe e garantir o controle do planeta. Uma decisão prematura — afinal, quem fez um Super-Skrull poderia criar outras centenas —, mas que deu trabalho para os heróis.

Mais tarde, em 2008, a criação dos Super-Skrulls aparece novamente como estratégia no número 40 de Os Novos Vingadores, edição conectada justamente com a invasão que dá nome à saga das HQs e à série. Dessa vez, porém, o imperador e seu sacerdote e cientista de confiança, Dro’ge — aliás, citado nominalmente por Talos (Ben Mendelsohn) em “Promessas”, como um easter egg —, não se contentam com um só guerreiro superpoderoso.

Dro’ge começa fazendo experimentos com três membros dos Illuminati capturados pelos Skrulls: o Sr. Fantástico, o Raio Negro e o Professor X. Mais tarde, no número 3 de Invasão Secreta, os Super-Skrulls ficam ainda mais complexos, já que passam a combinar poderes de mais de um herói: enquanto um surge com as garras de Adamantium do Wolverine e a capacidade de rajadas ópticas do Ciclope, outro combina as habilidades do Coisa e do Tocha-Humana — isso sem mencionar que o imperador ainda lança sobre a Terra soldados com os braços do Doc Oc, o Mjölnir do Thor e até o escudo do Capitão América.

Batalha entre Skrulls e heróis, em Invasão Secreta #3, de 2008
Marvel Comics/Reprodução

Quer dizer, embora não replique a escala, nem a infiltração nas principais equipes, ao que tudo indica Invasão Secreta está ativamente adaptando um dos elementos que tornaram a guerra contra os Skrulls nos quadrinhos tão frenética. Mas com um detalhe: enquanto nos gibis os alienígenas roubaram as habilidades de uma amostra grande e variada de heróis e vilões, na série a escolha das espécies ainda é comedida, mas não aleatória. Todas, de uma forma ou de outra, deixaram seu rastro na Terra ao longo do MCU.

Por exemplo, embora a Fera de Gelo seja originária de Jotunheim, em Thor: Mundo Sombrio uma dessas criaturas escapou através de um portal de Convergência e tocou o terror em Londres. Já o chamado filho de Thanos (Josh Brolin) teve a mão decepada por Wong (Benedict Wong) em Vingadores: Guerra Infinita, durante o ataque a Nova York. Groot também deixou seus galhos em diferentes campos de batalha pelo planeta, como no primeiro embate contra o Titã Louco em Wakanda. E, por fim, o Extremis — isto é, a nanotecnologia capaz de modificar genes e dar às pessoas capacidades de cura ou de reconstrução de membros — vem lá do conflito entre Tony Stark (Robert Downey Jr) e Aldrich Killian (Guy Pearce) em Homem de Ferro 3.

Logo, ainda que de maneira mais tímida, Gravik pretende usar os poderes, senão dos próprios Vingadores, de alguns dos seus adversários do passado para garantir que sua invasão seja bem-sucedida. E, no momento, isso realmente parece o suficiente. Afinal, por mais que Fury diga que é uma medida motivada por cautela, está bem estabelecido que, no pós-Blip, a equipe se dissolveu. Cada um está lidando à sua maneira com os traumas dos 10 anos que levaram à vitória contra Thanos — alguns bem, outros nem tanto. Mesmo os novos heróis apresentados na fase 4 ainda estão muito por conta própria para se organizarem e salvarem o dia. Hoje, o único super à disposição do antigo diretor da S.H.I.E.L.D. é Rhodes (Don Cheadle), e mesmo ele tem razões para questionar o protagonista.

A confiança de Gravik é, portanto, justificada. Mas Invasão Secreta ainda tem quatro episódios pela frente e, se o começo da série é indicativo de qualquer coisa, é que há espaço de sobra para reviravoltas.

Invasão Secreta é exibida às quartas, no Disney+. Abaixo, confira nossa entrevista com o elenco:

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