O CEO da Disney Bob Chapek se pronunciou hoje (12) pela primeira vez desde que a atriz Scarlett Johansson decidiu processar a companhia por lançamento de Viúva Negra no streaming Disney+. A declaração foi dada durante a teleconferência de resultados do terceiro trimestre [Variety].
“Bob Iger e eu, junto com a equipe de distribuição, determinamos que essa era a estratégia certa para nos permitir alcançar o maior público possível”, disse Chapek em seu discurso de abertura, invocando seu antecessor durante um discurso reverente sobre o compromisso contínuo de Disney com a narrativa do longa-metragem da personagem Natasha Romanoff.
O líder da companhia também fez questão de descrever a briga jurídica de Johansson como uma anomalia, sugerindo que, quando a companhia passou a alterar os planos de lançamento de filmes, todos os acordos para compensar as estrelas cujos bônus estavam atrelados ao desempenho de bilheteria foram remanejados — um dos pontos críticos que levou à decisão judicial orquestrada por Johansson.
“Nós descobrimos maneiras de compensar de forma justa nosso talento para que não importa qual seja o modelo de negócios... Todos se sintam satisfeitos”, disse Chapek. Segundo ele, todas as decisões sobre as estratégias de lançamentos são feitas filme por filme, analisando as condições do mercado global e do comportamento do consumidor.
Em comunicado enviado ao jornal The New York Times na época em que Johansson deu início ao processo, a Disney afirmou que o processo movido por Johansson "não tem qualquer mérito" e que ele é "triste e inquietante em seu completo desprezo aos efeitos globais terríveis e prolongados da pandemia de covid-19".
"A Disney cumpriu totalmente seu contrato com a Sra. Johansson e, além disso, o lançamento de Viúva Negra no Premier Access do Disney+ aumentou significativamente sua habilidade de ter ganhos adicionais além dos US$ 20 milhões que ela já recebeu até agora", acrescentou a empresa.
Viúva Negra foi um dos títulos que a Disney decidiu lançar também no streaming, pelo valor adicional de R$ 70 (US$30, nos EUA), em razão da pandemia do coronavírus. Na sua estreia, o longa arrecadou mundialmente US$ 215 milhões, dos quais US$ 80 milhões vieram apenas do mercado norte-americano. Embora seja um valor impressionante, o filme enfrentou a maior queda de bilheteria da história do Marvel Studios na sua segunda semana.
Além de Johansson, a produção ainda conta com Florence Pugh (Adoráveis Mulheres), Rachel Weisz (A Favorita), David Harbour (Stranger Things) e O-T Fagbenle (The Handmaid's Tale) no elenco. O roteiro é de Eric Pearson (Thor: Ragnarok).