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Cinco filmes coreanos para ver depois de Parasita

Questões de classe e uma tendência ao humor negro não são raros no cinema local

10.01.2020, às 11H59.
Atualizada em 24.03.2020, ÀS 15H24

O fenômeno de Parasita em 2019, cuja carreira internacional começou com a Palma de Ouro em Cannes em maio e agora pode levar ao Oscar, acendeu o interesse das pessoas pelo cinema da Coreia do Sul. Os temas, o estilo e os nomes podem ser encontrados também em outros filmes do país, e uma parte dessa produção chega ao Ocidente com frequência. Na lista abaixo, indicamos cinco longas para quem gostou de Parasita e ficou querendo mais.

Um Dia Difícil

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O filme mais popular do ator Lee Sun-kyun, que fez em Parasita o papel do patrão. Se o espectador acabou desejando castigos ainda maiores para Lee em Parasita, então Um Dia Difícil é uma boa pedida. O suspense, sobre um acidente de carro que desencadeia um jogo de gato-e-rato entre policiais, é o típico filme coreano que mistura comédia de erros com thriller sádico, sujeitando seu protagonista a todo tipo de provação como penitência por seus vacilos morais. Já vale pela cena do velório. Tem na Netflix.

O Hospedeiro

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O filme de monstro que fez decolar o nome do diretor de Parasita, Bong Joon-ho. Se Memórias de um Assassino (2003) é frequentemente seu trabalho mais celebrado, O Hospedeiro, lançado três anos depois, é o filme que caracteriza Bong como um autor global de apelo comercial: o discurso crítico do capitalismo e a aproximação da fábula, que se traduzem internacionalmente com facilidade, também seriam sentidos depois em outros filmes do diretor, como O Expresso do Amanhã e Okja. Como Parasita, O Hospedeiro também vai do melodrama à comédia numa simples modulação de tom. Tem na Netflix.

High Society

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A produção de 2018 não é um grande filme mas é fácil de ver no Brasil - está na Netflix - e ilustra bem como os sul-coreanos lidam com moralidade quando tratam de corrupção e questões de classe. É a história clássica do casal que se corrompe pela ganância mas no meio entram discussões sobre o dinheiro do contribuinte, papéis sociais do Estado, e a culpabilização da mulher na sociedade coreana. Não é o alpinismo social vertiginoso como o de Parasita mas tem umas viradas interessantes. Se o inglês Adrian Lyne tivesse visto algum filme de Park Chan-wook antes de fazer seus thrillers morais eróticos como Proposta Indecente é capaz que saísse algo próximo de High Society.

O Dia Depois

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Seria desperdício e omissão fazer uma lista de dicas sem mencionar o principal diretor sul-coreano da atualidade, Hong Sang-soo, cuja produção nos anos 2010 forma uma das cinematografias mais interessantes do circuito mundial de festivais. O Dia Depois e Parasita não têm tanto em comum, mas ambos oferecem variações da comédia de erros com uma sucessão de coincidências, e se mostram especialmente dedicados a olhar com empatia para as fraquezas humanas e as tentações da carne. No caso de Hong, como é próprio do seu cinema, as fraquezas masculinas geram igualmente desgosto e piedade.

A Empregada

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Assim como Parasita, o filme de 2010 do diretor Im Sang-soo também foi selecionado para o Festival de Cannes, muito por conta da oportunidade de revisitar um clássico do cinema local, Hanyo, de 1960, que havia sido restaurado em 2008 e que Im refilma aqui. Os paralelos com Parasita são temáticos: a trama segue uma jovem contratada para ser babá e empregada de uma família de elite e que aos poucos forma um triângulo amoroso com seus patrões. O olhar crítico sobre a estratificação social e sobre as fantasias secretas da alta classe se dá por meio do suspense erótico, subgênero caro para o cinema local. Não confundir com o filme A Criada, de Park Chan-wook - que segue mais uma linha fetichista estilizada, como é regra no cinema de Park.

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