Quando “Oi, São Paulo!” ecoa pela primeira vez no Estádio do Morumbi, a sensação que se tem é de viagem no tempo. É óbvio que de 2008 até agora, muitas coisas mudaram, desde os fãs até mesmo Anahí, Dulce Maria, Maite Perroni, Christian Chávez e Christopher von Uckermann. Mas uma coisa é certa: a paixão do RBD pelo público brasileiro (e vice e versa) nunca deixou de existir.
Ao abrir a Soy Rebelde Tour com “Tras de Mí”, agora com um significado ainda mais forte, o grupo dá o pontapé em quase 3h de muita nostalgia, relembrando aquilo que muitos fãs deixaram para trás na infância e adolescência, mas que, de certa forma, continua ali com eles.
Com um setlist repleto de sucessos, o quinteto garante um início de show bem frenético, com “Un Poco de Tu Amor”, “Aún Hay Algo”, e a mais recente do grupo, “Cerquita de Ti”. Aos poucos, um a um fala sobre a passagem pelo Brasil, sobre as mudanças e o sentimento que é estar de volta em um lugar que eles chamam de “segunda casa”. Anahí, por exemplo, disse que estava com o coração acelerado por estar de volta; já Christian contou que aprendeu português só para conversar com seus fãs.
É claro que, com tantos trabalhos marcantes, o grupo precisou optar em vários momentos por versões "medley" de suas músicas. No caso, isso não é ruim – muito pelo contrário, é uma forma de relembrar seus clássicos e manter o público cantando a plenos pulmões músicas que marcaram vários momentos de suas vidas, como “Tenerte y Quererte”, “Me Voy”, “Una Canción”, “Adiós” e mais.
Em um dos momentos mais emocionantes da noite, Christian dominou o palco em uma belíssima apresentação de “Quisiera Ser” e “I Wanna Be the Rain”, onde falou sobre nunca ter vergonha de si mesmo ou de seus gostos. E, apesar de ser um discurso sobre sua própria experiência, era quase impossível que o público não se identificasse com as palavras do cantor.
Apesar da vontade de ficar no palco para sempre, o RBD fechou sua apresentação com os maiores clássicos, e também os mais memoráveis na cabeça dos fãs. Enquanto “Solo Quédate en Silencio” rendeu alguns segundos de completo silêncio no Estádio do Morumbi, “Sálvame” foi simplesmente apoteótica, com a primeira parte da canção quase inteiramente cantada apenas pelos fãs, o que deixou Anahí extremamente emocionada com o amor recebido.
E se você pensou que “Rebelde” ficaria de fora, calma: é claro que o RBD havia guardado sua canção mais icônica para o grande final. Com direito a uniformes idênticos aos da Elite Way School, seus integrantes se despediram do público com um gostinho especial de “quero mais”, mesmo com mais cinco datas esgotadas em São Paulo. Mais uma vez, o grupo deixou sua trajetória marcada no coração dos fãs, que com certeza terão inúmeras histórias acompanhadas do RBD para contar.