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Apple Music Festival 2015 | Pharrell Williams, Mumford & Sons e Florence + The Machine fazem melhores shows

Longe do Rock in Rio, festival vai do pop ao rock e apresenta possíveis atrações do Lollapalooza 2016

01.10.2015, às 09H40.
Atualizada em 17.11.2016, ÀS 10H05

Por dez noites seguidas, entre os dias 19 e 28 de setembro, a Roundhouse, casa de shows no norte de Londres, virou o palco do Apple Music Festival. Passaram por lá nomes pop do presente (One Direction, Carrie Underwood, Ellie Goulding), do passado (Take That), do eletrônico (Chemical Brothers, Disclosure), do R&B (Pharrell Williams, The Weeknd) e do Rock/Folk (Mumford & Sons e Florence + The Machine).

Todos os dias, os 5 mil lugares estavam tomados por fãs da música, que participaram de sorteios e enfrentaram filas para estar ali pertinho de seus ídolos. Sim, pertinho. Porque, diferente de grandes festivais que acontecem ao ar livre, o Apple Music Festival opta por uma versão menor e muito mais prazerosa de ver os shows. De qualquer lugar do Roundhouse, você estava a poucos metros do palco, com uma visão ótima dos músicos e das pirotecnias que cada um inventou para o evento. Infelizmente, uma gripe me impediu de acompanhar todos os shows, mas consegui ver 7 das 10 bandas principais, começando pela surpreendente Ellie Goulding e terminando com a apaixonante Florence + The Machine. 

E o que é melhor: todas as apresentações estão disponíveis para ver e ouvir no iTunes! Ou seja, mesmo quem não estava por lá pode agora apertar o play e curtir no seu computador, celular ou tablet.

Ellie Goulding
Fui ouvir Ellie Goulding pela primeira vez com atenção apenas na semana do show. Antes disso, só por uma ou outra canção que ouvi no rádio. A apresentação começou devagar e parecia que ia ser um daqueles shows meio American Idol, com uma menina cantando músicas lentas e agudas. Mas aos poucos ela começa a aumentar a dança e a energia. O palco é cheio de luzes e lasers. A roupa preta com calça de cintura alta e suspensório vira motivo de piada, em uma das várias paradas para trocar ideia com o público. O ponto alto veio no bis, quando voltou ao palco entoando pela primeira vez a novíssima "On My Mind”, que ficou na minha cabeça até o dia seguinte.

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One Direction
Com o Roundhouse lotado, o One Direction fez um show com tudo o que as fãs queriam ver. Apesar de não ter as coreografias que marcaram as boybands dos anos 1980 e 1990, cada um dos músicos sabe o seu lugar, a hora de levantar o braço e bater no ar como se fosse uma bateria ou fazer "air guitar". Resultado de muitos shows ao redor do mundo e domínio total do palco e do seu repertório.

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Ao contrário das outras noites, havia muitas crianças no show. Meninas de 9 a 13 anos, além de outras mais velhas, todas se derretendo a cada aceno ou piscadinha que vinha do palco. Harry Styles parecia distante, meio agitado demais, e chegou até a jogar água nos fotógrafos que estavam à beira do palco. Lá pelo meio do show ele falou “me desculpem se eu pareço meio avoado hoje. Mas é que a minha irmã está com um namoradinho aí no meio da galera e estou de olho nos dois”. A interação com o público era constante e teve até um “Parabéns para você” a uma fã, Chloe, que estava fazendo 20 anos.

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The Weeknd
Abel Tesfaye, voz e cabelo que personificam o The Weeknd, teve problemas no início de seu show, que começou com o grave estourado que quase encobriu os agudos do cantor. Com o problema solucionado, Tesfaye foi tocando as músicas de seu novo álbum, Beauty Behind the Madness, um R&B que não combinava com os insistentes pedidos do cantor para que a galera botasse a mão para cima e fizesse barulho. A empolgação não durava mais do que 30 segundos. Era ele aquecer o público com suas palavras quentes e cheias de energia para logo em seguida esfriar com as canções mais lentas.

Não ajudava muito também o fato dele ficar praticamente sozinho no palco, longe da banda que estava em cima de um tablado, atrás de um telão. Para piorar, as luzes na lateral do palco cegavam quem não estava de frente para o cantor. Ele próprio parecia incomodado com os holofotes. Só isso para explicar o fato de ficar tantas vezes de costas para o público, entre uma dançadinha e outra.

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Chemical Brothers
O show de DJs é uma coisa engraçada. É difícil entender o que eles estão fazendo no palco. Literalmente rodeados por equipamentos eletrônicos que ficam piscando sem parar, um carequinha de óculos e um gordinho de camisa pulam sem parar enquanto apertam botões e abrem os braços para a galera. Mas no caso de Rowlands e Simons, cada aplauso vindo do público é merecido, assim como os gritos e até alguns pulos com socos no ar dignos de Pelé.

Sem parar um segundos, os irmãos químicos constróem momentos de catarse coletiva enquanto o telão atrás deles exibe vídeos de computação gráfica ou trechos pré-gravados de pessoas deitadas ou andando de patins ou falando no telefone os refrões das músicas.

Um outro elemento importante do show são as luzes e lasers, que também não param um segundo e foram desde que "Hey Boy Hey Girl” abriu o show até o momento em que os dois saíram do palco, que tinha um robô azul e outro vermelho pendurados no teto.

Pharrell Williams
Pontualmente às 21h as luzes se apagam para a contagem regressiva. Quando se acendem de novo, as duas backing vocals e a banda (baixo, guitarra, teclado e bateria) aquecem o público com o coro de “Future". Em seguida entram quatro dançarinas. E, por fim, vem a grande atração do sábado, Pharrell Williams. De boina, jeans rasgado e jaqueta jeans sobre uma camiseta preta ele abre o show com algumas músicas de seu segundo álbum solo, Girl.

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Passados 23 minutos, a música para e ele fica quieto, com cabeça baixa, apenas recebendo os aplausos do público e agradecendo. A partir deste momento ele vai alternando músicas mais conhecidas que ele produziu para outros músicos com outras menos dançantes, até que Chad Hugo sube ao palco junto com vários fãs que vieram da plateia para entoar sucessos do N*E*R*D (que Pharrell já anúnciou que vai voltar). Em seguida subiram as meninas, que só desceram depois de “Beautiful", produção de Pharrell para Snoop Dogg.

Mostrando que tem respeito por quem está no palco com ele, Pharrell dá espaço para as dançarinas fazerem seu show solo e, mais tarde, deixa as backing vocals brilharem cantando "Hollaback Girl", hit de Gwen Stephanie que ele também produziu e escreveu a letra.
Antes do final, Pharrell traz para o palco os sucessos que cantou no último disco do Daft Punk, "Move Yourself To Dance" e "Get Lucky", encerrando a primeira parte. Na volta para o bis, é chegada a hora das crianças no palco ao som de “Happy", hino dos Minions. Nada mais apropriado, antes de encerrar de vez a noite com nova versão de “Future”.

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Mumford & Sons
Fazia cerca de dois anos que o Mumford & Sons não tocava na sua cidade natal. E a escolha de um local menor do que as enormes arenas ou os infindáveis gramados dos festivais ao ar livre só fazem bem ao rock. O show não tem telão de LED com projeções artísticas ou coisas do tipo. No lugar, apenas canhões de luz e a boa música.

Posicionado na parte lateral do mezanino dava para ver uma tela com as letras da música passando como um karaokê - algo que o resto do público nem deve ter percebido e não mudou em nada o resultado, que foi um show recheado de músicas do terceiro disco, Wilder Minds, e os seus grandes sucessos, como “I Will Wait”, “Little Lion Man” e “Babel”.

Conhecidos como multiinstrumentistas, os músicos iam trocando guitarras, violões, baixos, contra-baixos e até baterias a cada música, sempre com muita empolgação. Sobrou espaço até para a participação especial de Jack Garrat (que havia feito o show de abertura), que subiu ao palco para ajudar num cover de “Sweet Dreams (Are Made of This)”, do Eurythmics.

Florence + Machine
Com uma banda composta por harpa, órgão, bateria, violão, baixo, guitarra, metais e backing vocals, Florence + The Machine fez o show mais energético do Apple Music Festival 2015.

Quando entrou no palco, sob os fortes holofotes que vinham do fundo do Roundhouse, Florence Welch andava nas pontas dos pés. Parecia que estava num saltão, mas estava descalça mesmo. E foi assim que ela pulou e dançou sem parar um único segundo, em um show performático que combina com sua potente voz de uma forma que surpreende quem não a conhece.

De cima do palco ou da grade colada no público, ela fica regendo o público e cantando junto, puxando todos para fazer o coral enquanto ela vai saltitando de um lado para ou outro com as mãos para cima e rodopiando, fazendo seus longos cabelos ruivos incendiarem a plateia.

*Marcelo Forlani assistiu aos shows a convite da Mix FM em parceria com a Apple Brasil

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