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Com charme de boy band e virtuosismo, John Mayer contagia o público

Show passeou por diversos estilos

19.10.2017, às 00H44.
Atualizada em 19.10.2017, ÀS 02H00

Quatro anos depois da sua primeira passagem pelo Brasil, o guitarrista John Mayer voltou para o país com a turnê "The Search For Everything", com um álbum retornando a uma sonoridade blues e carregado de músicas melancólicas. Sua apresentação, no entanto, foi só alegria, marcada por muito estilo e carinho dos fãs. Em um set dividido em diferentes capítulos, o show foi uma boa representação do artista que navega por estilos musicais, com charme digno de boyband e talento de virtuoso. O guitarrista, que passa boa parte do espetáculo fazendo solos e sorrindo discretamente para delírio das fãs, foi se soltando cada vez mais, e o fim do show rendeu até discurso e sarrada no ar.

Começando o set pontualmente, foi só Mayer subir ao palco que, mesmo antes das luzes acenderem, os fãs já gritavam loucamente. O show começou bonito, com o frontmen discreto e o som da banda preenchendo o estádio, de cara tocando “Helpless” e “Moving On and Getting Over”, duas músicas de seu novo álbum. Quando ele parou para começar a terceira, o público aproveitou o momento para cantar parabéns para o músico, que completou 40 anos de idade no último dia 16. Ligeiramente comovido, Mayer deu um rápido obrigado e emendou a favorita “Something Like Olivia”, partindo para o que seria a melhor parte da apresentação.

Com um coro, deu início a “Changing”, também do último álbum. A balada com pegada country também empolgou o público, mas foi a suas sequências, a mistura de “Why Georgia” e “No Such Thing”, que empolgou todos de vez. O carisma do músico, que falava pouco mas se mostrava à vontade, cativou o público que provava curtir todas as fases da discografia.

A banda saiu do palco para o que seria a parte acústica do show, que rendeu outro destaque da apresentação: uma bela versão de “Free Fallin’”, de Tom Petty. A emocionante canção, frequentemente tocada pelo guitarrista, teve mais peso ainda, por ter sido a primeira vez tocada ao vivo desde a morte de Petty, no início do mês.

A terceira parte do show é dedicada aos fãs do talento de John Mayer na guitarra. Apresentando-se apenas com o baterista Steve Jordan e o baixista Pino Palladino, como um trio de blues, os habilidosos músicos se prolongaram na parte instrumental, demonstrando um entrosamento impecável. O fim do set foi o auge da empolgação; tocando “Vultures” Mayer roubou uma baqueta do baterista para usar tocando guitarra.

Quando a banda retornou ao palco, para a quarta parte da apresentação, Mayer já tinha se soltado e interagia com a plateia mais amigavelmente. Em “Queen Of California”, o músico disse que lhe sugeriram que dançasse durante o show, e deu uma performance para delírio das garotas, com direito a pequenas sarradas no ar. A performance de “In The Blood” também merece destaque, principalmente pelo belo vocal de Mayer.

Visivelmente mais confortável, o guitarrista agradeceu os fãs pelos pedidos de “come to Brazil” na internet, dizendo que voltou por causa do amor que recebe no país. Para completar, ainda fechou o show com um discurso sábio sobre o valor da vida, aconselhando que fãs nunca desejem que o tempo passe rápido. O bis rendeu outro belo momento: depois de “Waiting On The World To Change”, a última música, “Gravity” fez com que as luzes do palco fossem desnecessárias. Com o estádio absolutamente iluminado por celulares, John Mayer apagou todos os holofotes para aproveitar as luzes dos fãs.

Ao contrário dos conselhos de Mayer, os fãs esperam que o tempo voe, para que a promessa feita ao fim do show, de retorno ao país, concretize-se em breve. 

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