Para não dar margem a reclamações, o Maroon 5 subiu ao palco Mundo no primeiro dia do Rock in Rio já emendando hits. A banda de Adam Levine abriu seu show - escalado emergencialmente depois do cancelamento da vinda de Lady Gaga - com "Moves Like Jagger" e "This Love", e o arranque seco funcionou. A resposta do público foi imediata, embora a faixa do gargarejo não demonstrasse a empolgação que se espera dos fãs mais devotos.
Rei do falsete, Levine tem plena consciência de que a performance de sua banda depende demais de sua figura: ele já começa o show da ponta do palco, bem junto ao público, e não demora para arregaçar as mangas e expor os braços tatuados. Levine chamou os fãs, pediu interação alegando que certas faixas "dependem disso", uivou em "Animals", esboçou algum rebolado meio desengonçado, e seus agudos seguraram bem a apresentação. A banda é seu frontman e Levine assume bem a responsabilidade. A direção de cena repercute: as imagens do telão são basicamente close-ups do vocalista.
A interpretação de vários hits dançantes de ritmos diferentes mantém o show vivo, cheio de coros e vogais, como se espera de banda de estádio. E, apesar de uma ou outra heresia (emendar "Sunday Morning" com David Bowie), o Maroon 5 sabe bem elencar suas faixas. Com sua vocação para tocar em casamento - o que aliás o Maroon 5 literalmente já fez - eles não se fizeram de desentendidos e entregaram o que foi encomendado. A banda não guardou seus sucessos para depois (vai ser curioso ver como será o setlist do segundo dia) e mesmo nas tentativas meio emperradas de empatia com o público, como na versão de "Garota de Ipanema", o Maroon 5 mostrou que acima de tudo é uma banda com muita boa vontade e disposição para agradar.
