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São Paulo Trip | Criticado no Rock In Rio, Bon Jovi se redime em São Paulo

Segunda noite teve abertura de The Kills

24.09.2017, às 10H38.

Se o Bon Jovi decepcionou no Rock in Rio, a banda deve ter guardado o fôlego para o que fez em São Paulo. Na segunda noite do São Paulo Trip, os “garotos” de New Jersey seguiram uma apresentação morna do The Kills para fazer o Allianz Parque tremer.

Com quinze minutos de antecedência, a dupla britânica do The Kills subiu ao palco para dar início ao evento. Desde o começo, a performance não fazia muito sentido, mas isso não foi culpa da dupla de músicos Alison Mosshart e Jamie Hince; não era um show para abrir o Bon Jovi. Com um estilo que caberia muito mais no Lollapalooza, o The Kills segurou a barra mas não se preocupou tanto com a resposta. Mesmo assim, não desagradou. Músicas como “Hard Habit To Break” ou “Sour Cherry” até renderam boa recepção, mas parecia que a banda estava lá para cumprir o papel de abertura e nada mais. A presença de palco de Alissa é estilosa, com seus cabelos loiros esvoaçantes e a alternância entre músicas em que toca guitarra ou larga o instrumento para cuidar só do microfone. Ao final, a vocalista fez uma batucada na música “Pots and Pans” e agitou parte do público antes de agradecer a cidade e o Bon Jovi pela oportunidade de tocar. De modo geral, a passagem do The Kills por São Paulo foi discreta, e a dupla merecia outra oportunidade para mostrar seu talento.

Entrando também com antecedência, o Bon Jovi surgiu às 21h20 e fez um belo espetáculo de duas horas e meia. Na primeira música, a faixa que dá nome ao último álbum This House Is Not For Sale, a multidão já foi à loucura. A acolhida pareceu ter empolgado o vocalista, que veio de um show criticado no Rock In Rio, mas estava sorridente. Depois de “Raise Your Hands” e “Knockout” o frontman percebeu que a noite seria especial e fez referência à anterior: “Algum de vocês viu a gente na TV ontem? Aquilo foi legal. Mas hoje vai ser muito melhor!”. E para arrebatar o momento, emendou a favorita de fãs “You Give Love a Bad Name”.

O meio da apresentação passou por hits e faixas do novo álbum, e o público parecia saber tudo de cor, facilitando o trabalho do vocalista. A dificuldade do cantor em atingir algumas notas não afetou, porque a multidão seguia na voz.  Em “Lay Your Hands On Me”, Bon Jovi desceu para a pista para enlouquecer os fãs, passando para fazer graça com o povo mais próximo e fazendo até selfie. O carisma do vocalista, a potência da bateria de Tico Torres, e o entusiasmo geral foi o que segurou o miolo do show de ficar arrastado, porque Bon Jovi guardou a estamina para aguentar a parte final. Nada foi prejudicado. Na balada “Bed Of Roses” ele até puxou uma fã para cima de palco e arrancou suspiros das garotas que assistiram a dança dos dois. Para quem achou o momento meloso demais, logo depois veio “It’s My Life” e os pulos e gritos dominaram o estádio novamente. 

Quando a apresentação se aproximou do fim, o líder introduziu o grupo com destaque a Phil X, membro que segura o lugar de Ritchie Sambora desde sua saída em 2013, explicando que o guitarrista veio para salvar a banda em momentos difíceis. A plateia agradeceu com muitos aplausos e berros, e assim foi até o fim, quando o conjunto saiu do palco após “Bad Medicine”.

A demora para voltar do bis foi, aparentemente, necessária para que o frontman recuperasse o fôlego. A banda retornou para “Always” e, enfim, “Livin’ On a Prayer”, que começou com o vocal isolado de Jon, mas por pouco tempo, porque a plateia tomou conta rapidamente. Foi bonito ver o Allianz Parque representar tanto o público brasileiro, que dispensou a iluminação do show e fez o estádio ficar branco com tanta luz de celular. Emocionado, Bon Jovi abraçou a bandeira brasileira e fechou a apresentação com um discurso, agradecendo a lealdade dos fãs e prometendo voltar ano que vem. De surpresa, a banda tocou ainda “These Days”, antes de deixar o palco e o público, que agora espera a prometida volta em 2018.  

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