Música

Crítica

Alicia Keys em São Paulo | Crítica

Em sua estreia na América do Sul, cantora esbanja talento e simpatia

13.09.2013, às 14H04.
Atualizada em 01.12.2016, ÀS 01H09

Pela primeira vez em solo sul-americano, Alicia Keys mostrou uma combinação rara no entretenimento atual. Com roupas justas e um sorriso fácil, a cantora não busca na dança ou gestos o impacto de tantas outras concorrentes. No show realizado em São Paulo, no Espaço das Américas, Keys mostrou que o seu maior instrumento é a voz.

alicia-keys

None

Suave e forte na medida certa, o timbre da nova-iorquina combina perfeitamente com o compromisso e o desleixo que canta. Dessa forma, Keys interpreta cada canção como um artista de R&B setentista, conversando com a plateia e por vezes com a própria música. Apesar da clara influência do gospel, soul e jazz, os primeiros momentos da apresentação mostram uma clara preocupação em fazer da cantora um símbolo pop.

Com um mash-up entre "Streets of New York" e "Empire State in Mind", Alicia surgiu no alto da plataforma de um palco modesto. Apesar de pequeno, o local condizia tanto com o público presente quanto com a performance - não há fogos nem troca de figurino, a artista se basta na voz e na ativa interação com o público. O Espaço das Américas, que ainda receberá Alice in Chains e Bruce Springsteen, estava lotado e com um som límpido; difícil entender, no entanto, a opção de colocar cadeiras no local, já que poucos se sentaram durante a apresentação.

O repertório mesclou sucessos antigos como "You Don't Know My Name" e "No One", a singles recentes como "Tears Always Win" e "Listen to Your Heart". A interação entre público e artista veio, de fato, nos maiores sucessos da carreira. Em "If I Ain't Got You" e "Fallin", de The Diary of Alicia Keys e Songs in A Minor, a cantora mostrou a combinação entre o seu talento no piano e nos vocais. Ao engolir sílabas e sussurrar refrões, Keys denotava sensualidade a cada verso e fazia entender a adoração da crítica estrangeira à sua obra.

No fim da apresentação, veio a parcela mais pop e agitada da cantora. Com "New Day" e "Girl On Fire", ela começa um encerramento com cara de balada e arrisca o batuque em uma percussão improvisada no alto no palco. A catarse chegou com a voz de Frank Sinatra e, depois, Jay Z, que introduziram "Empire State in Mind", um dos maiores sucessos da carreira de Keys, cantado em uníssono pelos presentes.

Alicia Keys é pop, sem dúvida. Fez inúmeros singles de sucesso e tem o porte de modelo de capa de revista. No entanto, quando senta ao piano e canta suas mais íntimas canções é que brilha de forma intensa. Além de esclarecer tal fato, o show em São Paulo permite o público sonhar com novas apresentações da cantora. Talento verdadeiro ao vivo nunca é demais.

Alicia Keys se apresenta no Rock in Rio no próximo domingo, dia 15.

Nota do Crítico
Bom

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.