Quem é Kygo? Em linhas básicas, ele é o DJ norueguês responsável por criar o Tropical House, um som eletrônico, com elementos orgânicos, de ritmo lento e que, praticamente, faz o sol nascer à sua frente. Eu não estou brincando quando digo isso. :)
Kygo surgiu para o grande público em 2014 após lançar “Firestone” no Soundcloud. Depois de conquistar reconhecimento com esse trabalho, foi procurado por Avicii e Chris Martin – do Coldplay – para que produzisse um remix para a música “Midnight” e o resto é história.
Cloud Nine, o primeiro álbum do produtor e pianista, mostra que criar músicas leves, para alegrar finais de tarde em festivais ou a sala de casa é realmente o que faz dele um profissional diferente. Isso fica claro logo com a climática “Intro”. A música parece ter sido pensada para preparar a mente de quem vai ouvir a sequência de faixas que está por vir a partir desse ponto.
Assim, como parte desse disco, algo que merece destaque é a forma como as músicas foram distribuídas, com um clima crescente e que mantém o conceito de um projeto para ser ouvido na íntegra. Logo, as criações do início vêm cheias de frescor, partindo de “Stole the Show”, e suas notas sintetizadas que interagem com o vocal um pouco mais apaixonado e melódico, “Fiction”, com vocais de Tom Odell, que mantém um timbre alto e se encaixa perfeitamente a uma levada de violão mais um piano dissonante.
“Raging” e “Firestone”, a já clássica música do álbum, apresentam inícios com introduções leves e calmas, mas que preparam o terreno para um crescente sonoro, com camadas de graves sutis que te fazem pensar em como seria incrível estar com seus amigos em um dia ensolarado e cheio de sorrisos.
Em seguida, chega um dos convidados mais famosos do trabalho, John Legend, que casa muito bem seu estilo com o clima de “Happy Birthday” e abre espaço para uma sequência arrebatadora ideal para colocar em destaque toda a versatilidade de Kygo por meio da inserção de instrumentos orgânicos, vocais trabalhados e notas climáticas. Apostas como “I´m in Love”, a criação um pouco mais rápida “Oasis”, com Foxes, e a motivacional e bela “Not Alone”, apresentam um produtor preocupado em não ser óbvio, mas sem que tenha que forçar a barra para chegar em algum lugar diferente. Afinal de contas, suas criações conseguem expressar muito bem um clima perfeito para quem não quer ir além de aproveitar o momento.
Sem perder a veia climática, chegamos a “Serious”, lenta e bonita graças a mistura entre o vocal melódico e sonoridades que levam o cérebro em direção a uma viagem tranquila. “Stay” é uma aposta em algo um pouco mais animado, coberta por um grave leve e marcante e embalada pela voz feminina de Maty Noyes que abre espaço para uma música com menos camadas, mas que se mantém dentro da proposta sonora, “Nothing Left”.
Por fim, a trinca de encerramento destaca todas as principais qualidades de Kygo: Vocais marcantes, letras bacanas e a tão citada sonoridade do verão. “Fragile” surge coberta por uma camada de sintetizadores, discretos acordes de guitarra e uma evolução que lembra um soft rock da década de oitenta, segue para “Carry Me”, com a vocalista Julia Michaels, que apresenta uma pegada muito próxima à Katy Perry em suas música mais inspiradas, e encerra com “For What It´s Worth”, com as vozes da dupla Angus e Julia Stone. Essa, sem dúvida, a faixa perfeita para fechar uma sequência tão delicada de música eletrônica, pensada para alguns dos melhores dias calmos da sua vida.
Assim, se a ideia é se sentir bem com uma sucessão de faixas que parecem te abraçar, o primeiro trabalho de Kygo é perfeito.
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