Música

Crítica

Demi Lovato | Documentário Simply Complicated é propaganda, mas faz bem

Filme tem boa mensagem de superação

19.10.2017, às 15H15.

A cantora pop Demi Lovato revelou ontem (18) o seu novo documentário, Simply Complicated. Com uma narrativa ligeiramente confusa e imagens super produzidas de entrevistas, gravações e bastidores, o longa é uma descarada propaganda da artista e sua imagem. Mesmo assim, suas batalhas contra vícios e distúrbios são inegavelmente inspiradoras, e seu efeito, no fim das contas, é positivo.

Simply Complicated tem mérito logo de cara, por não fingir ser um projeto desprovido de intenções comerciais. Já no começo, entra a narração de Demi, deixando claro que o filme seria pessoal e na medida e perspectiva julgada propícia por sua própria protagonista. Deixar isso claro é definitivamente um ponto positivo, porque com tanto documentário “pseudo-revelador”, enfatizar que a produção está nas mãos da figura principal é ser honesto com o telespectador.

Demi conta para a câmera o começo de sua vida e carreira, com os vícios e violências de seu pai, o divórcio, e seu completo afastamento de seu pai biológico. Trazendo sua família e amigos para falar sobre a carreira, vemos o início da vida profissional da jovem Demi, com o programa do Barney e sua entrada para o Disney Channel. Seu crescimento como cantora, figura separada da Disney, e a abrupta necessidade de ser um modelo para os jovens é entendido como um dos maiores motivos para sua entrada nas drogas, como um escape da necessidade de ser perfeita o tempo inteiro.

Demi explica seus problemas com Aderall, Xanax, álcool e cocaína. Os relatos de seus vícios, problemas pessoais e acessos de raiva são realmente impressionantes, principalmente porque a cantora está em seus 25 anos. A primeira vez que foi enviada a um centro de tratamento foi aos 18, após dar um soco na cara de uma de suas dançarinas. Na recuperação, Demi foi diagnosticada com transtorno bipolar.

Mas das questões de saúde enfrentadas pela vocalista, a descrita como mais problemática é a que a acompanha até hoje, seu distúrbio alimentar. Desde os doze anos ela sofre de bulimia, e esta é a única doença que Demi diz assombra-la atualmente. Em um determinado momento do filme, Demi chega a revelar que teve uma recaída na noite anterior. 

Todos os relatos de doenças mentais compartilhadas por Demi são reveladores e intensos, o que faz com que a imagem da cantora atualmente seja verdadeiramente inspiradora. A artista se mostra bem resolvida e feliz, tratando seus problemas com exercícios físicos e muito trabalho. E por mais que o documentário busque exatamente esta imagem, ela é inevitavelmente positiva. Não só pela desestigmatização de distúrbios, mas principalmente por sua superação.

No mesmo documentário, Demi consegue tratar de questões mentais, distúrbios alimentares, vícios em drogas e ainda se colocar abertamente sobre seus relacionamentos, declarando ainda não ter superado seu ex-namorado de seis anos, o ator Wilmer Valderrama. Ainda mais, a cantora se diz bissexual e se declara livre sexualmente, com a mensagem de que toda mulher tem direito sobre seu corpo. E por mais que todas as histórias sejam colocadas quase que forçadamente, seu efeito positivo supera as críticas de comercial. Se é para fazer propaganda, Demi fez muito bem. 

Nota do Crítico
Bom

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