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Kiss em São Paulo | Crítica

Exagerados do início ao fim, roqueiros fazem espetáculo para 25 mil pessoas no Anhembi

19.11.2012, às 14H04.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H41

As cortinas com o nome da banda se estenderam momentos antes da banda entrar. Com poucos minutos de atraso, os telões do Anhembi mostraram Paul Stanley, Gene Simmons, Tommy Thayer e Eric Singer a caminho do palco. O pano caiu e o Kiss deu início ao espetáculo pirotécnico descendo em uma plataforma suspensa ao som de "Detroit Rock City". Foram cerca de 100 minutos de apresentação que entregaram às 25 mil pessoas presentes exatamente o que era esperado, uma festa de rock de primeira qualidade.

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Fotos: Divulgação/ XYZ Live

Das armaduras reluzentes à maquiagem característica, a banda faz de cada música do show um ato particular. O singular domínio de palco que os componentes possuem - com óbvio destaque para Simmons e Stanley - faz com que toda a apresentação se torne uma diversão para fãs e leigos. Ainda em êxtase com a entrada do grupo, a plateia cantou em uníssono "Shout It Out Loud", outro hit símbolo do Kiss, do clássico álbum Destroyer, de 1976. Em seguida, convocado por Stanley, Simmons assumiu os vocais para "Calling Dr. Love".

O primeiro single do novo disco, Monster, lançado em agosto, foi "Hell or Hallelujah", cantado com entusiasmo pelo público, que tinha uma mistura de idades surpreendente. Com quase 40 anos de carreira, ficava clara a longínqua influência que o grupo ainda tem nos fãs de rock da atual geração, tamanha a quantidade de crianças com o rosto pintado, vidradas no espetáculo que acontecia naquela noite. Fosse na beira do palco ou nos espaços finais da arena lotada, quarentões e adolescentes cantavam juntos os novos e antigos hits do grupo nova-iorquino.

A sequência de sucessos continuou com "Wall of Sound", "Hotter Than Hell", "I Love It Loud" e "Outta This World". Em cada uma delas, um novo elemento cenográfico era apresentado, não importa se eram novos fogos, faíscas, uma iluminação diferenciada ou mesmo plataformas que se elevavam no meio do palco - em uma dessas, o guitarrista Tommy Thayer levou o público ao delírio ao tocar "Outta This World". Logo depois foi a vez de Simmons cuspir sangue e balançar sua famosa e enorme língua, ao mesmo tempo em que era erguido por dois cabos de aço que o deixaram a pelo menos 15 metros acima do palco. De lá, apoiado pelos companheiros, o baixista começou a cantar "God of Thunder".

A segunda parte dos atos individuais ainda contou com Stanley voando por cima do público e a suspensão da bateria de Eric Singer, que sem desafinar, cantou e tocou "Black Diamond". O bis teve início com "Lick It Up", seguido por "I Was Made For Loving You". A apoteose da noite veio com a trilha perfeita. "Rock'n'Roll All Nite" encerrou a apresentação com a junção de todos os artifícios usados até ali: fogos de artifício, uma tempestade de papel picado, labaredas e faíscas no meio do palco, além todas as plataformas elevadas ao mesmo tempo.

Apesar da ausência de algumas músicas do bom Sonic Boom, por exemplo, não há como reclamar da turnê que o Kiss trouxe ao Brasil. A vibrante empolgação que a banda transmite a cada performance é de se admirar, tendo em vista ainda as limitações físicas que a idade traz aos sexagenários criadores da banda, Stanley e Simmons. Mais do que um show, a apresentação é um espetáculo visual para as massas e um símbolo do bom e velho rock'n'roll para as multidões.

Nota do Crítico
Bom

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