Música

Crítica

Mumford and Sons - Babel | Crítica

Segundo trabalho do grupo inglês consolida o folk no cenário pop

03.10.2012, às 18H18.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H43

A mitologia da Torre de Babel não se aplica ao novo disco do Mumford and Sons. No conto bíblico, ao ousar chegar perto de Deus por meio da enorme torre, os homens são amaldiçoados com uma variedade de idiomas que dificulta a comunicação e, com o desentendimento, a construção colapsa. O segundo trabalho da carreira de Marcus Mumford, Ben Lovett, Winston Marshall e Ted Dwane não mistura estilos, não mostra ambição para alcançar os céus, nem exemplifica um desmoronamento. Aqui, eles andam no seguro terreno criado por Sigh No More (2010) e confirmam seu talento, trazendo consigo a consolidação do folk britânico no cenário pop.

Desde a primeira nota de sua faixa-título, fica clara a semelhança com o último trabalho do grupo. A predominância do banjo de Marshall continua a casar perfeitamente com o vocal rouco de Mumford. Assim como foi feito há alguns anos, as músicas iniciam de forma lenta, com uma voz morosa e, subitamente, ganham um tom épico, conduzido pelo coro dos integrantes, que automaticamente faz o mais passivo dos ouvintes começar a bater o pé no chão. É assim também em "Whispers In The Dark" e "I Will Wait".

As faixas mais lentas de Babel são carregadas de letras românticas e reflexivas. Não há pérolas como "The Cave" ou "Roll Away Your Stone", do álbum anterior, mas "Lover's Eyes" e "Ghosts That We Knew" são bons exemplos do ótimo trabalho de composição do grupo, que repete o ritual de escrever as letras em conjunto. As referências literárias, tão presentes na estreia, são deixadas de lado para dar lugar a citações religiosas - a começar pelo título. O melhor exemplo disso é "Broken Crown" e sua belíssima letra sobre o embate entre fé e religião, embalado pela raivosa voz de Mumford e um arranjo gradativamente melancólico.

A simplicidade dos instrumentos e do som da banda esconde em si um apreço por letras cheias de citações e influências musicais diversas - desde o country até o bluegrass estadunidense. O sucesso instantâneo que o primeiro álbum trouxe fez com que alguns temessem pelo esquecimento das raízes deste estilo que, até o lançamento de Babel, não estava estabelecido no mainstream. A nova empreitada do Mumford and Sons não só consolida o folk no cenário pop atual, mas também faz florescer a esperança de que ainda há espaço para criatividade em um mercado infestado por composições vazias e sem sentido.

Nota do Crítico
Bom
Babel
Babel
Babel
Babel

Ano: 2006

País: EUA

Classificação: 16 anos

Duração: 142 min

Direção: Alejandro González Iñárritu

Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Gael García Bernal, Rinko Kikuchi, Adriana Barraza, Mohamed Akhzam, Peter Wight, Harriet Walter, Trevor Martin, Matyelok Gibbs, Claudine Acs, Michael Maloney, Michael Peña, Kōji Yakusho

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