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Crítica

Paramore em São Paulo | Crítica

Mais juvenil do que nunca, Paramore apresenta músicas de seu novo disco

31.07.2013, às 14H09.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H44

Em pouco mais de uma hora e meia de show, o novo trio do Paramore mostrou que pretende mudar. Os flertes com o punk rock que tinha há alguns anos foram deixados para trás e, ainda que sustentem seus antigos sucessos, representam uma fase passada.

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Crédito: UOL Música

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No show realizado em São Paulo na última terça-feira, no Espaço das Américas, a banda apresentou um som ainda mais juvenil a uma plateia ávida por revoltas sem causa e melancolia vazia. Ambos objetivos alcançados com êxito, principalmente pela ótima presença de palco da comportada e colorida Hayley Williams, que esbanjou simpatia e regeu o público do início ao fim.

Ao lado de Williams estavam Jeremy Davis e Taylor York, baixista e guitarrista do grupo, respectivamente. Os dois tentavam atrair a atenção com chutes, caretas e uma agitação tão exagerada que por vezes soava falsa. Impressão essa agravada pela vocalista, que de tão espontânea pediu perdão ao não entender um "Hayley, eu te amo" do público.

A plateia do Espaço das Américas, dividida entre adolescentes e pais acompanhantes, se empolgava de fato com sucessos como "Misery Business", "The Only Exception" e "That's What You Get". Novos singles como "Still Into You" e "Now" também foram cantados por boa parte dos presentes. Nestes momentos a combinação de som, balões coloridos e iluminação vibrante deixam uma impressão de festa infantil latente; tudo parece um show de rock para crianças.

Outro destaque da apresentação foi em "Anklebiters", quando Hayley chamou fãs no palco para cantar junto com a banda. Alguns quiseram ficar no palanque, outros preferiram sacar o celular e registrar o momento, esquecendo de cantar ao lado de seus ídolos. Esse último exemplo é registro da maioria do público que esteve no local - jovens que pagaram uma pequena fortuna para estar ali e ainda assim insistiam na injustificável atitude de assistir ao show pelo display de uma câmera.

Na parte musical, a banda tentou mudar a toada em faixas como "Ain't It Fun", que apresentou algo mais groove e dançante. Tal proposta ainda não atingiu a maturidade, mas ao menos mostra a intenção de se diferenciar da época dos irmãos Farro - antigos integrantes da banda. A distância destes tempos, no entanto, é sutil, abaulada pelas leves mudanças de arranjos, pois os lamúrios injustificados das letras permanecem - vide "Now", "Still Into You" e "Ain't It Fun".

No fim, o Paramore não cantou todas as músicas esperadas ("Crush, Crush..." e "Last Hope"), mas deixou os fãs contentes. E além da  contradição que há em voltar para casa no braço dos pais após cantar "don't go crying to your mama cause you're on your own in the real world" ("Ain't It Fun"), fica evidente que poucos ali se identificam com a mensagem das faixas. A legítima intenção é se divertir e pular durante alguns minutos olhando para Hayley e Cia, que não se fazem de rogados e entregam uma boa apresentação.

Nota do Crítico
Bom

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