Música

Crítica

The Strokes - Future Present Past EP | Crítica

Julian Casablancas e cia. retornam unindo nostalgia e mistério

02.06.2016, às 13H15.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H46

O novo EP dos Strokes - Future Present Past - traz 3 músicas novinhas em folha (e um remix de uma delas) e chega para matar a sede de novidade dos fãs. A banda divulgou o EP há poucos dias, que será lançado oficialmente na próxima sexta (3) em formato físico e digital.

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As músicas novas seguem a mesma onda de mudanças que a banda vem adotando nos últimos anos e estão muito mais para Angles e Comedown Machine do que para Is This It ou Room On Fire. Isso pode ser uma notícia muito boa ou muito ruim, dependendo do tipo de fã que você for.

Muitos fãs do Strokes ainda prefeririam que eles ficassem no passado, enquanto a própria banda pisa em ovos em relação a seu presente e futuro. E por isso o título do EP é uma auto-ironia de Julian Casablancas e cia: ainda não é certo se vai sair um álbum inteiro novo ou se a gente vai ter que se contentar mesmo com só essas 3 músicas novas.

E, mais importante do que isso, deixa claro que mesmo com pouco material é bem possível que a banda satisfaça fãs do passado e do presente. "Oblivius" mantém a pegada mais recente, com guitarras sobrepostas em camadas e um ritmo quase eletrônico, com um refrão explosivo e uma letra com cara de mea culpa.

Casablancas pede encarecidamente para que não seja domado, como quem quer dizer que ainda tem muito o que experimentar na vida - e na banda - antes de voltar a fazer mais do mesmo. A música é uma delícia e melhora a cada audição. O refrão é explosivo e quase um retorno às raízes, mas o que predomina é a nova cara do Strokes.

Já "Threat Of Joy" retoma o som “clássico” da banda e deve fazer muitos fãs respirarem aliviados e com a esperança de um retorno às raízes dos primeiros CDs: música mais crua, com um riff esperto, simples e matador.

Se uma aponta mais para o passado e outra mais para o presente, o futuro se torna ainda mais incerto com "Drag Queen". Essa sim causa um grande estranhamento à primeira audição, com timbres claustrofóbicos que remetem ao som obscuro do Joy Division, por exemplo. Será esta a visão de rock n' roll do Strokes para os próximos anos?

É uma manobra ousada, mas que recompensa o ouvinte disposto a se jogar na viagem com eles. Um baixo quase sintético e teclados dos anos 80 também dão o ar da graça, compondo uma salada sonora retrô mas que tem um gostinho de futuro quando Casablancas se solta com a melodia gritada e quase selvagem.

O novo EP pode deixar ainda mais incógnitas no ar sobre o destino do Strokes, mas serve para diminuir a ansiedade com 3 musicas novas, no mínimo, interessantíssimas. Que venha o futuro.

Nota do Crítico
Ótimo

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