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Arctic Monkeys - AM | Crítica

Quarteto de Sheffield volta com disco coeso, porém não definitivo

18.09.2013, às 14H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H25

Após dois anos desde o lançamento de Suck It And See, o Arctic Monkeys está de volta com AM. O momento não poderia ser melhor para o quarteto de Sheffield. Depois de uma grandiosa apresentação no festival Glastonbury, a banda saiu em turnê por toda a Europa e mostrou algumas faixas do álbum.

O primeiro single foi lançado em junho. "Do I Wanna Know?" chama a atenção pelo riff hipnotizante que a permeia - um resquício dos tempos sombrios de Humbug. Escolhida para abrir os shows da nova turnê, a canção representa bem o novo direcionamento musical do Arctic Monkeys, com referências claras aos anos 1970.

"R U Mine?" é a segunda faixa da lista e destoa um pouco do resto do álbum. Lançada como single em 2012, a música mostra a banda relembrando a fúria adolescente vista em Whatever People Say I’m, That’s What I’m Not, primeiro trabalho do quarteto. Com quase 14 milhões de visualizações, o inusitado clipe da música virou hit no YouTube.

Produtor do terceiro disco do Arctic Monkeys, Josh Homme, do Queens of The Stone Age, aparece mais uma vez como forte influência em AM. “I Want It All” tem vocais duplos bastante inspirados no grupo de Homme, por exemplo. O artista, inclusive, canta em "Knee Socks", retribuindo a participação de Alex Turner, a voz do Monkeys, em ...Like Clockwork.

Turner, por sinal, está cada vez mais confortável em sua função. Muito longe do menino tímido visto no clipe original de “I Bet That You Look Good On The Dancefloor”, o cantor agora enverga um topete inspirado em Elvis Presley e domina o palco, fazendo, por vezes, os outros membros da banda parecerem meros coadjuvantes.

Em AM, o vocalista mostra todo seu desenvolvimento tanto em baladas como "No. 1 Party Anthem" e "I Wanna Be Yours", quanto nas dançantes "One For The Road" e "Why’d Only Call Me When You’re High?". O vocal mais agressivo também está lá com "Arabella". Já "Fireside" e "Snap Out Of It" remetem ao melhor do brit-pop dos anos 90.

Indicado ao Mercury Prize como um dos melhores álbuns do ano, AM é um disco coeso, porém não deve ser considerado como a obra definitiva do Arctic Monkeys. Talvez a banda atinja esse objetivo, quando conseguir trazer a energia dos palcos para o estúdio, mesclando a fúria do começo de carreira, com o aspecto retrô recentemente adotado pelos garotos de Sheffield.

Nota do Crítico
Bom

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