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Crônicas Omeléticas: George Harrison

Crônicas Omeléticas: George Harrison

05.12.2001, às 01H00.
Atualizada em 08.01.2017, ÀS 12H11
John Lennon disse certa vez que relutou em aceitar George Harrison na sua banda, os Quarrymen: achava ele um moleque. Mas, que diabos, ele sabia mais acordes do que ele e Paul McCartney, seu novo melhor amigo, juntos. George estava dentro. E passou a fazer parte da história da música mundial e de nossas vidas.

Desde o dia 29 de novembro, o mundo está mais triste. George se foi. Um amigo meu, para me animar me disse: “Lá em cima, a festa deve estar ótima!” Mas nós estamos aqui. Temos os discos, os vídeos, as palavras... a obra de George Harrison como Beatle ou em sua carreira solo continua conosco. … um conforto.

Deve ter sido difícil para ele trabalhar ao lado de dois egos gigantescos (e geniais) como Lennon e McCartney. Acredito que não foi fácil ser amigo deles e viver tanto tempo tocando junto. Se George tinha direito a uma ou duas músicas por álbum dos Beatles, ele fez a sua parte com maestria. Quando a banda acabou, ele tinha material para um disco triplo. All Things Must Pass é um marco, uma despedida de quase dez anos de amizade.

A morte "anunciada" de George Harrison provocou uma série de matérias especiais, de animações 3D no Jornal Nacional e muito bafafá na mídia. Quase instantâneo. Ele morreu e tudo estava lá. Pronto, só esperando. Será que se ele tivesse falecido como seu companheiro John, tão repentinamente, a cobertura teria sido tão ampla&qt;& Não sei.

Talvez sim. George era um ex-Beatle (será que pode se deixar de ser um Beatle&qt;&). A mídia sempre fica em cima para dar notícias ruins. Tenho certeza de uma coisa: se ele tivesse escapado, seria apenas uma nota no rodapé da página 3 do caderno de cultura.

Nesta semana, cansei de ler e ouvir gente dizendo: George era o tímido, o Beatle Quieto... Reduzir o talento deste artista desta maneira é quase ridículo. George nunca estava quieto em qualquer música. Afinal de contas, sua guitarra solava o tempo todo e não apenas numa determinada parte. George nunca estava quieto.

E o mundo também não está quieto... a música de George (e dos Beatles) continua por aí. Procure na sua rádio preferida ou então pegue toda a sua coleção e coloque na vitrola (ops... CD player... ah, estou realmente ficando velho...)

Saudades, George, my sweet lord. Seja feliz, onde quer que você esteja. Nós aqui te saudamos. Um dia, a gente se reúne nessa grande festa. Até lá.

Sérgio Miranda
Beatlemaníaco desde 8/12/1980. Forever.

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