Música

Entrevista

Illusionize lança Brotherhood, seu novo disco, e afirma que quer tocar por muitos anos

Um dos DJs mais conhecidos do Brasil aproveitou também para comentar sobre carreira e música

07.02.2018, às 17H44.
Atualizada em 13.02.2018, ÀS 22H11

Na música, ou nas artes em geral, às vezes, tudo pode acontecer muito rápido. E Pedro Mendes, conhecido no cenário da música eletrônica como Illusionize, é um exemplo muito peculiar disso. Nascido e criado em Goiânia, cidade tradicionalmente conhecida por suas raízes sertanejas, Pedro é hoje um dos principais nomes da EDMl nacional graças a uma mistura de trabalho duro, carisma e constante evolução.

Luiz Felipe Ures/Facebook/Reprodução

O jovem que despontou no mercado nacional no final de 2015, lançou na última segunda-feira (5) seu segundo álbum, Brotherhood, disco repleto de parcerias e que sai por sua própria gravadora, Elevation. Porém, até chegar a esse patamar, Pedro acumulou boas histórias sobre as quais conversou com exclusividade com o Omelete. Leia abaixo.

Logo de entrada, vale ressaltar que o contato do produtor brasileiro com a música eletrônica aconteceu de forma inusitada. Durante o período em que trabalhou em uma lan house, Pedro confessa que enquanto fazia suas atividades começou a ouvir e  baixar música eletrônica.

Após um período ouvindo e baixando sua nova paixão sonora - anteriormente o Hip Hop era o alvo dos downloads - o clique para que se profissionalizasse veio por meio de um amigo: “Já que você gosta tanto de música eletrônica, porque você não vira DJ?”. A partir daí, Pedro começou a trilhar seu próprio caminho dentro desse segmento.

Mas como é buscar ser DJ de música eletrônica em uma cidade reconhecida nacionalmente como o berço do sertanejo? Pedro conta que desde o momento que se conectou à música eletrônica, sempre esteve envolvido com o segmento, “acabou que eu não senti tanto a questão do sertanejo”.

No entanto, antes da sua conexão com as pick-ups, não deu pra fugir da tradição. “Quando eu era mais novo, tipo tinha uns nove, dez anos, eu cheguei a cantar na sala de aula, porque minha professora gostava muito do jeito que eu cantava. Mas quando eu sai daquela escola e fui pra outra, eu parei de fazer isso”.

O surgimento do Illusionize

Pouco tempo depois de surgir o interesse pela e-music, Pedro e um amigo criaram o projeto Illusionize, que posteriormente se tornou o nome pelo qual ele se tornou conhecido nacionalmente. A partir daí Pedro passou a entregar misturas sonoras de pegada comercial, cheias de grave, mas que também são capazes de romper o estigma das faixas radiofônicas e alcançar públicos mais diversos.

E justamente este detalhe faz a produção do DJ goiano ser tão interessante, já que mesmo com as pitadas radiofônicas, ele entrega faixas que deixam seu estilo sonoro e de produção em evidência. Sobre isso ele comenta que as diversas influências do seu início de carreira em conjunto com a vontade de misturar e criar sons parecidos com o de nomes referência à época, como o DJ Tujamo, o levaram a buscar formas de colocar juntos segmentos diferentes da música eletrônica, detalhes que o fizeram chegar até seu som  atual.

Ainda, como parte das peculiaridades do DJ para sua forma de ver e criar música, Pedro também comenta que ter encontrado o equilíbrio espiritual faz com que seja mais tranquilo entregar sua obra e passar uma mensagem por meio dela.

Sonoridade e longevidade

Falando sobre sua sonoridade, um detalhe que chama a atenção durante a conversa é sua total consciência da necessidade de trabalhar na criação de algo diferente e marcante “para ter uma carreira longa e tocar por muitos anos”. Isso pode ser possível graças a preocupação do DJ em criar seu próprio caminho entregando faixas com elementos que o destacam em um momento no qual muitos produtores buscam soar iguais.

O novo disco e a vontade de ir longe

Com todas essas características guiando sua carreira e sua forma de pensar música, Pedro entrega seu segundo álbum, Brotherhood. Em uma época que poucos DJs se aventuram na criação de um disco completo, o brasileiro aposta em um projeto com 10 faixas e com nomes como Gabe, Kyle Watson, Marc Spence, Visage Music, Sharam Jey, DJ Glen, todos ligados, de acordo com Illusionize, pela influência que têm em sua carreira.

E como foi unir tantos nomes interessantes para fazer parte do novo projeto? Illusionize comenta que os convites para participar foram acontecendo de acordo com alguns materiais que ele já vinha trabalhando há algum tempo. “As músicas já estavam meio que finalizadas no meu computador. Então, quando eu fui conversando com cada um dos convidados, fui pensando: ‘Bom, essa música aqui deve combinar mais com o som dele. Eu vou mandar pra ele e ver o que ele faz’. E foi assim que aconteceu. Eu não fiz a música pensando em cada artista. À medida que eu conversei com cada um, eu fui vendo o que cada música tinha e se combinava com o estilo deles”, destaca. Ouça Brotherhood:

“Esse disco é muito especial pra mim. Eu fiquei o ano passado inteiro trabalhando nele e hoje eu tô muito feliz de mostrar ele para galera é algo que é grande parte de mim”, finaliza o produtor.

Illusionize/Pedro é um bom contador de histórias. Para conhecer um pouco mais sobre seu início de carreira, sob seu ponto de vista, o mini-doc abaixo é uma boa pedida: 

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Confira os destaques desta última semana

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