É
possível mudar a história do rock em apenas três anos? Com apenas dois discos,
o Joy Division provou que sim.
A banda nasceu no fim dos anos 70, em meio a explosão do movimento punk. Tudo começou quando Ian Curtis, um jovem fã de Lou Reed, Iggy Pop e David Bowie, viu a Anarchy Tour dos Sex Pistols na primeira apresentação da banda londrina por Manchester, sua cidade natal. Nesta noite ele decidiu que queria fazer parte do mundo subversivo do Rock n Roll.
A primeira produção independente, An Ideal for Living, lançada em 1977, não foi bem recebida pela crítica. No ano seguinte lançaram o LP de estréia Unknown Pleasures. Desta vez o trabalho foi aclamado por todos. Destacava-se o clima sombrio das canções e as letras melancólicas de Ian Curtis. O sucesso do álbum teve muito a ver com o produtor Martin Hannett, que definiu eletronicamente a sonoridade da banda, mixando o baixo e a bateria à frente da guitarra e da voz (qualquer semelhança com o New Order não é mera coincidência).
Ao vivo, Ian Curtis tornava-se um espetáculo à parte. Dançando freneticamente e simulando espasmos convulsivos, o estranho balé era uma referência à epilepsia, doença contra a qual ele vinha lutando. Muitas vezes mal se podia saber se eram convulsões verdadeiras ou se aquilo fazia parte do show.
O clima de ansiedade em torno do novo LP ia aumentando progressivamente. O Joy Division se preparava para a sua primeira excursão pelos Estados Unidos. Entretanto, isso não chegou a acontecer: Ian Curtis cometeu suicídio há 22 anos, no dia 18 de maio de 1980, enforcando-se na casa dos pais ao som de Iggy Pop.
Era o começo de uma nova geração. A nossa geração.
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