Billie Eilish, Taylor Swift e Jung Kook (Reprodução/Montagem Omelete)

Créditos da imagem: Billie Eilish, Taylor Swift e Jung Kook (Reprodução/Montagem Omelete)

Música

Lista

Billie Eilish, Taylor Swift e mais: Os lançamentos musicais imperdíveis de julho

Mês teve de Jung Kook a Roger Waters, passando por parceria de McFly e Fresno

Omelete
1 min de leitura
31.07.2023, às 09H39.
Atualizada em 31.07.2023, ÀS 09H53

Em mês de Barbenheimer nos cinemas, talvez você tenha até se esquecido de acompanhar os lançamentos mais importantes do mundo da música - mas o Omelete te ajuda! Nossa lista de julho tem uma seleção obrigatória da trilha de Barbie, claro, mas também tem lançamentos para todos os gostos: um destaque da nova regravação de Taylor Swift; a canção solo de estreia de Jung Kook, do BTS; uma releitura de Pink Floyd pelo ex-integrante Roger Waters; parcerias inusitadas em dobro (Ghost e Patrick Wilson! Fresno e McFly!); e muita novidade do mundo do k-pop. Confere logo abaixo.

“Be My Everything” - SWAN

A voz de ouro do grupo de k-pop Purple Kiss, SWAN provou em sua estreia solo o que qualquer um com um par de ouvidos funcionais já poderia dizer com confiança desde a estreia do grupo: que ela seria uma ótima vocalista para o pop jazzístico que é tão caro ao público sul-coreano. O single “Twenty” a puxa mais para o city pop japonês, mas é nos baixos e cordas de “Be My Everything”, que de quebra ainda têm os agudos mais expressivos do disco (lindos no timbre enganosamente frágil da vocalista), que ela realmente parece alçar voo como artista.

“Seven” - Jung Kook feat. Latto

Misture o senso melódico de Charlie Puth com a tradição sul-coreana de batidas de R&B redondinhas, e você tem “Seven” - o single que marca a estreia solo oficial de Jung Kook, do BTS, completa de forma até modesta todo um ciclo de lançamentos solitários dos membros do grupo. Com agudos apropriados para o cantor mais habilidoso do BTS e uma participação explosiva (e sugestiva) da rapper Latto, a canção dá um gostinho excitante do disco solo de Jung Kook, que ainda não tem data para chegar, mas já é esperado ansiosamente pelos fãs.

“Cream Soda” - EXO

Que os deuses da música pop abençoem o EXO e o seu refrão alongadíssimo, saborosíssimo, de “Cream Soda”. O single principal do (impecável) álbum Exist voa alto com os tons agudos do refrão, ditados por sintetizadores climáticos e um violão rítmico inescapável. Misture aí a letra para lá de sugestiva (“Toda essa tensão/ Como uma garrafa de Coca chacoalhada”), declamada em pedacinhos de melodia brilhantes que só ficam melhores quando colados juntos, e você tem um clássico instantâneo.

“Rush” - Troye Sivan

Muito se fez da sexualidade franca (e suada) do clipe de “Rush”, mas vale destacar também que a nova música de Troye Sivan é um belo tributo à dance music como ferramenta de liberação. Devendo mais do que um pouquinho ao que Beyoncé fez no Renaissance, o ator/cantor mescla o seu tom etéreo, que se prestou muito bem até hoje a synthpops viajantes de qualidade variável, com uma batida irrefreável, elevada ainda pelo refrão cantado em coro masculino, evocando o padrão macho man que tanto figura nos hinos gays de todas as épocas. O álbum Something to Give Each Other sai em 13 de outubro.

“I Do” - (G)I-DLE

Se depender da gravadora 88rising, o (G)I-DLE vai ser a próxima sensação sul-coreana no mercado fonográfico dos EUA. Essa é a ideia de “I Do”, primeiro single totalmente em inglês do quinteto, que precede o EP Heat, marcado para 7 de setembro. A canção em si capitaliza em cima de uma melodia redondinha e de uma produção recheada de sintetizadores ásperos para elevar o que é basicamente uma balada simples e evocativa sobre o medo de se apaixonar - complementado por um clipe cheio de referências a E.T., é claro, por que não?

“What Was I Made For?” - Billie Eilish

Quem diria que o filme live-action de Barbie ia precisar de uma balada tipicamente lírica de Billie Eilish para ancorar o seu clímax emocional? Das muitas boas decisões de Greta Gerwig, talvez a melhor tenha sido encomendar essa composição elegíaca, entre o doloroso e o esperançoso, que resvala em um jazz de bar esfumaçado (como a cantora costuma fazer, aliás) sem abrir mão de sua contemporaneidade. No álbum de trilha sonora de Barbie, a canção se tornou um destaque óbvio - mas as propulsivas “Hey Blondie” (de Dominic Finke) e “Choose Your Fighter” (de Ava Max) também merecem o play, assim como a apoteótica “I’m Just Ken” de Ryan Gosling.

“Je Ne Sais Quoi” - Odd Eye Circle

O renascimento do Odd Eye Circle, direto das cinzas do grupo que o gerou (o LOONA), merece aplausos por si só - mas o fato é que o trio de moças faz música com um sabor que simplesmente não existe em nenhum outro canto do k-pop. “Je Ne Sais Quoi” é exemplo perfeito, com seus toques de percussão amadeirados por cima de sintetizadores limpos e um refrão arrastado (e em francês!) que em nada atrasa o tempo irrepreensível da canção, que tem menos de 3 minutos mas não parece ter nada faltando. Supera até o single “Air Force One”, com seu gancho melódico inteira e deliciosamente inesperado.

“Paradise Calling” - Birdy

Você tá metida com sintetizadores, menina Birdy? Após anos de piano-e-voz, sem dúvida ditados pelo sucesso do seu álbum de estreia, lançado quando a cantora tinha 15 anos, parece que Birdy finalmente ganhou liberdade para explorar outros caminhos musicais - e ainda bem. “Paradise Calling” é mais um single do disco Portraits, que tem estreia marcada para 18 de agosto, e surpreende com a percussão programada contagiante (não é a toa que Birdy aparece dançando no meio da grama no clipe, né?) que leva a um refrão gritado francamente libertador. Um deleite, especialmente para fãs de The Naked and Famous ou CHVRCHES.

“Poison” - NCT Dream

O álbum ISTJ pode não ser o mais inspirado do NCT Dream, mas o R&B desacelerado de “Poison”, como introduzido pelo timbre inconfundível do vocalista Haechan, segue sendo uma pérola a ser descoberta. Enganando o ouvinte com “mini-explosões” de produção que nunca de fato levam a um levantar do pique da canção, “Poison” nos faz jogar o jogo da espera - e sua recusa absoluta de prover escape para a tensão sexual que a música sugere tem um efeito absolutamente irreplicável. Também vale uma ouvida em “Blue Wave”, outra faixa que se destaca no disco.

“Stay” - Ghost feat. Patrick Wilson

Aqui nessa lista nós amamos rolês aleatórios (lembra quando o Supla fez um cover de Harry Styles?), e esse certamente é um deles: o Ghost regravou uma balada new wave do Shakespears Sister para a trilha de Sobrenatural: A Porta Vermelha, e chamou o astro/diretor do filme, Patrick Wilson, para derramar seus vocais aveludados por cima do instrumental - como não amar? Troque os sintetizadores celestiais da versão original por guitarras e percussões bem naquele sabor teatral do Ghost e pronto, você tem uma canção de ninar sinistra, perfeita para finalizar um filme de terror.

“Behind the Curtain” - MISAMO

Na tentativa de minar o mercado japonês com três integrantes populares do TWICE (Mina, Sana e Momo, resultando no epíteto MISAMO), a gravadora JYP Entertainment apostou em destilações genéricas de city pop e baladas que, apesar de inspiradas - especialmente a linda “Bouquet”, que fecha o álbum Masterpiece -, não trazem novidade sonora. A exceção é “Behind the Curtain”, que coloca as vocalistas em meio a pianos ágeis de jazz e vai dobrando a aposta melodramática com melodias circenses, sopros debochados e cordas apoteóticas. Me tragam mais disso, por favor.

“Money” - Roger Waters

O ex-Pink Floyd provou a potência de seu projeto de regravação do The Dark Side of the Moon, que será revelado na íntegra só em 6 de outubro, com a nova e temperamental versão da clássica “Money”. Os fãs da banda talvez sintam falta dos agudos estratosféricos, solos de guitarra e saxofones da original, mas Waters ganha o jogo na originalidade - baixo acústico marcante, cordas em tons distorcidos perturbadores, vocais quase declamados (na melhor tradição auto irônica da carreira musical de David Lynch) e novas letras tão afiadas quanto as originais. Por aqui, estou vendido.

“Nada Para Tí” - Francisca Valenzuela feat. Ximena Sariñana

Gigantes dentro de seus países, a chilena Francisca Valenzuela e a mexicana Ximena Sariñana juntam forças pela primeira vez em “Nada Para Tí” - e o resultado é tão épico quanto o esperado. Energizada por violões frenéticos, cordas em tons graves e corais gigantescos, a canção é uma balada de amor perdido que se aproveita lindamente dos tons complementares das duas divas latinas - Valenzuela, com seus agudos teatrais, e Sariñana, com sua rouquidão expressiva, são uma combinação simplesmente divina.

“Malibu Barbie” - La Roux

A capacidade infindável que La Roux tem mostrado, desde sua estreia no mercado em 2009, de criar variações encantadoras de um único som muito particular, é incomparável. “Malibu Barbie”, lançada oportunamente neste mês, usa o tom estridente de sintetizador que se tornou marca da artista britânica e o aplica por baixo de uma melodia arrastada viciante, complementada por uma letra que - é claro - realiza mil provocações andróginas. Mestre da insinuação sexual e da angústia existencial na pista de dança, La Roux acertou de novo... e cada vez fica mais difícil imaginar que um dia ela não vai acertar.

“Trigger Pull” - MisterWives

O excelente novo álbum do MisterWives, Nosebleeds, mostra por que a banda nova-iorquina virou sinônimo de excelência e melodias empolgantes dentro da bolha do indie pop americano. Entre as pérolas do disco (a canção título vai te fazer dançar, e o fechamento com “Ultraviolet” vai te deixar melancólico da melhor forma possível), “Trigger Pull” conta com a batida mais propulsiva e o uso mais ubíquo de sintetizadores em toda a discografia do grupo. É um prazer ouvir o MisterWives evoluindo do seu “pop analógico” para um som dance muito mais franco, sem perder nem um pouco da excelência.

“Freak Me Now” - Jessie Ware feat. Roisín Murphy

Junte a britânica da voz de ouro que fez um mergulho profundo na disco music com a irlandesa que basicamente escreveu o livro sobre como trazer o subgênero para a contemporaneidade, e você tem o quê? Isso mesmo, três minutos de pura e inadulterada diversão. Com uma linha de baixo extraordinária e os ganchos melódicos entoados pelo produtor Clarence Coffee Jr., “Freak Me Now” vai te levar para a pista de dança ao som dos tons aveludados de Jessie Ware e da enunciação atrevida de Roisín Murphy. Não dá para imaginar companhias melhores.

“Eve, Psyche & the Bluebeard’s Wife” - Le Sserafim feat. Rina Sawayama

Colocar aquela que é pura e simplesmente a melhor música pop do ano nas mãos de Rina Sawayama só podia dar muito certo - este remix de “Eve, Psyche & the Bluebeard’s Wife”, do Le Sserafim, adiciona sintetizadores e cordas graves para realçar o lado dramático das letras, que misturam o desejo por algo proibido com o humor autodepreciativo característico da geração-Z. Nos vocais, Rina adiciona tons mais provocativos aos timbres treinadamente frágeis das integrantes do grupo de k-pop, criando um clima opressivo que faz todo o sentido para uma canção tão versátil em sua excelência.

“Broken By You” - McFly feat. Fresno

Quem diria que a amizade de Lucas Silveira, frontman do Fresno, com o McFly durante a pandemia resultaria em uma parceria na versão deluxe de Power to Play? Neste mês, a banda britânica surpreendeu os fãs com a faixa "Broken By You" que, apesar do título em inglês, também tem trechos em português. Aos emos, dos anos 2000 e dos anos 2020, a música parece um presente: uma união que até ontem ninguém apostava que seria possível, mas que no fundo sempre fez todo o sentido. (Por Mariana Canhisares)

"I Can See You (Taylor's Version) (From The Vault)" - Taylor Swift

Ainda que as chamadas vault tracks contassem com participações bastante aguardadas, como a de Hayley Williams (vocalista do Paramore), nenhuma faixa inédita do Speak Now (Taylor’s Version) se destacou tanto quanto "I Can See You". O clipe com a participação de Taylor Lautner e Joey King, duas figuras emblemáticas dessa fase da loirinha, certamente impulsionou o hype. Mas, no fundo, essa é a música mais bem resolvida das seis, e a que melhor combina as letras de Swift de 19 anos com a voz da mulher de hoje, aos 33. E, convenhamos, a história de um romance proibido no trabalho tem um apelo particular. (Por Mariana Canhisares)

"Barbaric" - Blur

A surpreendente reunião do Blur misturou maturidade e melancolia no conciso The Ballad of Darren. Em "Barbaric", porém, a banda revela que as crises podem ser mais dançantes e até em alguma medida acolhedoras do que se intui dos momentos de ruptura. A música tem um tom quase confessional e rememora um processo familiar do término, da constatação surpreendente do fim às interrogações que ficam sobre o futuro. Há uma selvageria declarada, uma aridez que, como em qualquer grande mudança, é difícil de se acostumar. E, ainda assim, a melodia traz uma estranha sensação de conforto. (Por Mariana Canhisares)

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