Ao som de uma sirene de ataque aéreo surge no palco os integrantes do Prophets of Rage para, enfim, tocar para o seu maior público no Brasil. Depois de apresentações em casas menores, em São Paulo e no Rio de Janeiro, o grupo formado por Chuck D e DJ Lord, do Public Enemy, B-Real, do Cypress Hill, mais Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk, do Rage Against the Machine sobem ao palco e o que se vê é uma plateia pronta para pular com cada uma das porradas apresentadas pelo grupo.
A primeira faixa da noite funciona como uma apresentação, "Prophets of Rage" é forte e arrepia. Em seguida chega "Testfy" e o que se vê é a nuvem de poeira subindo sobre a cabeça de quem está mais próximo do palco. E esse, é sem dúvida, o sinal de que tudo está funcionando da maneira que tem que ser em um show como este.
À medida que o show vai caminhando, só cresce a sensação de que esse é o mais próximo de um show do RATM que você vai poder chegar. E isso não é ruim. A química da banda funciona muito bem e grande parte das faixas são um convite para pular como se não houvesse amanhã e você realmente precisa fazer isso.
Durante a apresentação no Maximus, Morello repete o gesto que realizou em outros shows no Brasil e enquanto rola "Fight the Power" o guitarrista mostra seu cartaz "Fora Temer", colado na parte de trás de sua guitarra. Durante o show Tim McIlrath, do Rise Against, foi convidado para participar da versão de "Kick Out the Jams" do MC5 e pouco tempo depois o grupo surpreendeu por colocar uma boa sequência de hip-hop no meio de um festival de rock e fazer muita gente curtir junto, sem dúvida, menos um estereótipo para lidar no mundo.
Faltando 30 minutos para acabar o show, Morello agradeceu o público e pediu para que todos fossem à loucura absoluta e seguiram com petardos e mostraram a nova "Unfuck the World"que vai ganhar versão oficial no primeiro álbum do grupo, que sai em setembro. O encerramento veio com "Killing In the Name", "A música mais poderosa do mundo", de acordo com a banda. Por fim, depois de uma experiência como esta, se você não viu os caras nessa passada pelo Brasil, pense bem em vê-los da próxima, porque existem sensações que só alguns riffs do Rage podem gerar em você.