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São Paulo Trip | Guns N' Roses emociona o público com hits históricos

Alice Cooper e Tyler Bryant & The Shakedown completaram um belo festival

27.09.2017, às 10H54.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H39

A última noite do São Paulo Trip aconteceu ontem (26), e fechou muito bem um dos melhores festivais de Rock que já passou pela cidade. Confiando no talento de dinossauros do estilo, mas também apresentando bandas jovens, o evento marcou a vinda do The Who, alegrou um estádio lotado para ver Bon Jovi e reuniu todas as idades para fechar o último dia com o Guns N’ Roses.

Quem abriu o quarto dia foi Tyler Bryant and The Shakedown, pontualmente subindo ao palco e fazendo um show surpreendente. Quem visse os quatro membros de longe julgaria, pela aparência, que os quatro garotos de Nashville não têm porte para um palco daquele tamanho, e estaria enganado: a banda impressionou com um som fortemente influenciado pelos anos 70, remetendo a Led Zeppelin, e uma presença de palco confiante do líder Tyler Bryant. Não é por menos, também. O grupo acompanhou o Guns N’ Roses em muitas datas na turnê atual e já se acostumou a tocar para arenas grandes com públicos escassos. O show no São Paulo Trip foi bem feito, com quatro músicos de qualidade, que mostraram um som pesado e clássico, com destaque para as músicas “House On Fire” e “Mojo Workin’”.

Depois, veio o “show de horror” de Alice Cooper. É impressionante como o vocalista consegue colocar tanta coisa bizarra no palco, apoiando-se na estética macabra, e ter um resultado num show tão carismático e estiloso. Cooper mal falou com o povo, restringindo-se a agradecer em algumas músicas e, ao final, apresentar sua banda. Mas nenhuma interação foi necessária. O frontman se apoiou em hits da carreira para ganhar o público que já na segunda música, “No More Mr. Nice Guy”, cantava com muito entusiasmo.

Um dos destaques do show veio depois de “Woman of Mass Distraction”, quando Cooper apontou a passarela do palco para sua guitarrista, Nita Strauss, e ela dominou por alguns minutos. Com todas as luzes apagadas e um foco só nela, Strauss deu um show de guitarra que deixou o estádio inteiro impressionado. Depois de emendar “Poison” e “Halo of Flies”, foi a vez do baterista, Glen Sobel, deixar o estádio boquiaberto com seu solo. No fim, Cooper fez o seu espetáculo com muita teatralidade, mas sem tirar o foco dos músicos, que eram realmente estrelas. O próprio vocalista, em ótima forma, levou muito bem músicas como “Only Women Bleed” e “I’m Eighteen”. Para fechar um baita show, Cooper voltou para o bis acompanhado de Andreas Kisser do Sepultura na guitarra e cantou “School’s Out”, embalando com refrão de “Another Brick In The Wall” e fazendo todo mundo cantar. Resultado: Alice Cooper fez um dos melhores shows não só do Rock In Rio, como também do São Paulo Trip.

E então, veio o grande destaque da noite. O Guns N’ Roses fez um show bem ensaiado e quase idêntico a sua apresentação no Rio de Janeiro, confiando a apresentação com hits de sua história, que a banda tem de sobra, e completando mais de três horas de palco. Falando menos com a plateia do que Alice Cooper, Axl Rose parecia economizar o fôlego para aguentar a longa duração do set, mas isso não o impediu de correr para lá e para cá para animar o público dos dois lados do estádio.

A voz de Axl definitivamente não é o ponto alto do show, mas também passa longe de ser constrangedor. O vocalista vacila em algumas notas e parece murmurar palavras na letra para não arriscar a performance, mas quando solta agudos ele aguenta bem, e até chamou atenção positivamente nas performances do cover “Wichita Lineman” e “Used To Love Her”. Slash, que absolutamente não sentiu os efeitos do tempo, continua destruindo em solos e tomando conta do show por diversos momentos, até porque Rose sai para trocar de figurino quase entre cada três músicas. O melhor momento veio da metade para o fim, quando o frontman começou a se soltar mais e sentou ao piano para tocar o fim de “Wish You Were Here”, do Pink Floyd, e emendar “November Rain”. Ao fim da música, o estádio se encheu de luzes e bexigas vermelhas, e o palco recebeu uma chuva de faíscas, fazendo o espetáculo ainda mais emocionante. Lotado até o último minuto, o estádio não parou de acompanhar a banda até a faixa final, a arrebatadora “Paradise City”. De modo geral, o Guns fez uma apresentação bem comportada e calculada, mas isso não impediu que grande parte do público saísse do Allianz Parque emocionado com a performance do grupo. 

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