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30.11.2004, às 00H00.
Atualizada em 16.12.2016, ÀS 18H07

Esta é mais uma seção Omelética. Agora, além das principais estréias nos cinemas, os filmes que chegaram às locadoras e os últimos quadrinhos lançados Lá fora, você também terá uma coluna com os principais Lançamentos musicais.

Palookaville - Fatboy Slim
Por Luciana Maria Sanches

Palookaville

Fatboy Slim (Sony)
4,5 ovos

Fatboy Slim, Norman Cook, o DJ mais carismático de todos os tempos, demorou quatro anos para lançar Palookaville. No período que se passou deste para o anterior, Halfway Between The Gutter And The Stars, muita coisa aconteceu na música, mas ele esteve atento, muito atento a tudo.

O álbum está caprichado, sem remendos, e é de uma coesão admirável. Algo que, mesmo com os sucessos retumbantes dos álbuns anteriores, é inédito na sua carreira.

O DJ resolveu deixar a house music um pouco de lado e voltar às suas raízes. Meus ouvidos agradecem e elegem Palookaville seu melhor álbum, justamente pela maturidade que ele conseguiu alcançar, deixando a impressão de ter se empenhado faixa a faixa em construir um disco que fosse capaz de fazer com que ele superasse a si mesmo.

O primeiro single Slash Dot Dat” é a faixa que mais remete ao “antigo” Fatboy Slim, lembrando em alguns momentos “The Rockafeller Skank”, em uma provável ação pouco corajosa da gravadora em mostrar os novos ingredientes que foram adicionados ao seu trabalho.

Mas vale continuar ouvindo. “Slash Dot Dat” é de longe a faixa mais fraca do álbum, que tem muito mais qualidade em suas outras 11 músicas. Sabe aquele salgadinho que é impossível comer um só? Coloque Palookaville para tocar e eu duvido que você consiga escutá-lo apenas uma vez. O álbum traz influências de black music, hip hop (ele avisou que voltaria às suas raízes), e participações de Damon Albarn, Bootsy Collins, Lateef na deliciosa "Wonderful Night", Jonny Quality e do DJ Justin Robertson em “Push and Shove”, que arrisco a eleger precipitadamente como a melhor faixa do disco, ao lado de “Jin Go Lo Ba”, que traz um sample de Olatunji.

As participações não se mostram apenas especiais, mas abrilhantam e dão personalidade própria a cada uma das faixas em que figuram.

Não perca por nada!

Smile - Brian Wilson

Por Marcelo Forlani

Smile

Brian Wilson (Warner Music)
5 ovos

Lendário é uma palavra que se encaixa perfeitamente a este disco. Primeiro porque seu criador, Brian Wilson, se tornou um dos ícones da história da música moderna ao formar o Beach Boys. Mas este CD é também lendário porque ficou 37 anos na gaveta.

A história conta que Wilson se deixou dominar pela competição que ele dizia ter com o beatle Paul McCartney. Enquanto começava a compor Smile, os ingleses lançavam Revolver (1966), que teve como resposta Pet Sounds (1966). Mas foi quando Wilson ouviu Sgt Peppers (1967) que sua doença piorou. Num incêndio que aconteceu no estúdio onde Smile estava sendo feito, Wilson sofreu um ataque de paranóia e destruiu quase todas as fitas que haviam sido gravadas. Outras, porém, foram lançadas posteriormente em singles, ou no disco Smiley Smile (1967).

Em 2003, Wilson e Van Dyke Parks, que compôs a maioria das letras, voltaram ao estúdio para terminar a obra que muitos já davam como perdida. Antes de gravá-lo, Wilson reuniu sua banda e ensaiou exaustivamente cada uma das músicas na ordem que elas seriam tocadas no álbum. Vieram as apresentações em Londres, quando Smile foi finalmente apresentado ao mundo. De lá, eles entraram no Studio One, em Hollywood, e gravaram os masters com todos tocando ao vivo. O resultado final é complexo, meticuloso, pensado em cada detalhe. Enfim, genial.

A longa espera valeu a pena. Smile põe um sorriso sincero na cara de qualquer amante da boa música, seja ela clássica, jazz, coral, ou rock ´n roll.

Nada automático - Detetives

Por Marcelo Forlani

Nada automático

Detetives (Monstro Discos)
3,5 ovos

Os Detetives são três, mas somente dois deles são fixos, o guitarrista Alejandro Marjanov e o batera Clayton Martin. No disco, Ray Z, Rafael e Anderson tocaram baixo como, digamos, "detetives de aluguel".

O álbum Nada automático é o segundo da carreira do grupo, formado em 1999. Gravado praticamente ao vivo num estúdio e em fita analógica, o disco tem o jeitão retrô que rege a atual cena roqueira mundial, demonstrando que eles estão muito bem antenados com o que está rolando por aí.

Influências garageiras e da surf music ficam clara nas dez faixas do disco, com destaque para a faixa que dá título e abre o disco, "Nada automático", e "Hotel Berlin". Outro toque que dá um certo charme às músicas é o sotaque hermano de Alejandro nos vocais.

O CD, lançado pela Monstro Discos, está à venda no próprio site da banda pela bagatela de 10 reais e vem com uma faixa especial: o video de "Nada automático". O clipe foi desenvolvido por Carlos Bêla, Roger Marmo e Adriano Vannucchi. Os dois primeiros trabalham na produtora Lobo, que recentemente fez as animações do filme Nina, e Adriano também trabalhou com eles por lá.

Diamond Dogs - David Bowie

Por Marcelo Forlani

Diamond Dogs - David Bowie (EMI)
4,5 ovos

Era um tanto quanto frustrante ver os gringos se esbaldarem em edições especiais comemorativas de clássicos como Aladdin Sane e Ziggy Stardust e nada destas maravilhas chegarem por aqui a não ser por importadoras. Pois eis que a EMI brasileira não apenas abriu seus baús, como também seus cofres e conseguiu deixar a edição brasileira num nível tão alto quanto as edições importadas e a um preço bem camarada se levarmos em consideração que é um pack duplo.

Diamond Dogs foi originalmente lançado em 1974 e esta versão que chega às lojas brasileiras foi criada especialmente para comemorar os 30 anos da obra. Além do disco normal, há um CD bônus, só com versões mixadas, singles raros e demos. "Rebel Rebel", o maior hit deste álbum, aparece na versão que estava no single americano e em uma outra feita em 2003 para o filme As Panteras: Detonando. "1984" também aparece nos dois CDs, assim como "Candidate" e a música que dá título ao álbum, "Diamond Dogs".

Este álbum foi lançado para suceder o fim do personagem Ziggy Stardust. A idéia era fazer um musical baseado no livro 1984, de George Orwell, e sua teoria do Big Brother. Porém a viúva do escritor negou os direitos de adaptação ao Camaleão, que acabou usando algumas das músicas que já haviam sido gravadas, mas não fez o LP que planejava. Sem a companhia de sua antiga banda, os Spiders from Mars, Bowie gravou quase todos os instrumentos e criou o disco que conseguiu o que os antecessores não tinham conseguido: sucesso nos Estados Unidos, onde chegou ao quinto lugar nas paradas. O resto, é história... e lendo o libreto que acompanha o CD, você aprenderá várias delas.

Outras novidades:

19/10/2004 - Nando Reis e os Infernais, Lou Reed, The Calling, Prodigy
06/09/2004 - Velvet Revolver, Lulu Santos, The Cure, Pearl Jam
27/07/2004 - Beastie Boys, Ira!, Sonic Youth, Fernanda Abreu



23/06/2004 - Picassos Falsos, Franz Ferdinand, Keane e Scorpions

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