Gamma Ray – To the Metal
Desde que deixou o Helloween, no final dos anos 1980, para formar sua própria banda, o guitarrista e vocalista Kai Hansen tem apresentado trabalhos consistentes ao mercado. Depois de alguns tropeços e mudanças de formação, o Gammar Ray se estabilizou no fim dos anos 1990 e alcançou aquela consistência atingida quando os integrantes de uma banda se conhecem há muito tempo.
Esse entrosamente foi demonstrado em álbuns como No World Order, Majestic e Land of the Free II, só para citar alguns. E volta a aparecer em To the Metal, timo lançamento do quarteto alemão que, além de Kai, conta com Henjo Richter (guitarra e teclados), Dirk Schlächter (baixo) e Dan Zimmermann (bateria).
Contrariando uma tendência que domina alguns segmentos do heavy metal, oem que tudo tem que ser bastante sério e sombrio, o Gamma Ray continua na linha de seus álbuns anteriores. To the Metal traz uma sonoridade bastante leve, com letras alto astral, melodias cativantes e os refrões grudentos que há muito são marca registrada de Kai Hansen.
O álbum abre com a faixa “Empathy”, de início lento para depois pisar no acelerador. Em seguida vem “All You Need To Know”, que reedita a música dos anos 1980, com participação especial do vocalista Michael Kiske (que trabalhou com Kai no Helloween). O disco ainda traz músicas que prestam homenagem ao estilo que tornou Hansen conhecido, o hard rock e o metal oitentista.
Apesar de alguns pequenos deslizes, como na balada “No Need To Cry”, o Gammay Ray consegue manter em To the Metal a consistência de seus álbuns anteriores.
Kamelot – Poetry For The Poisoned
Três anos depois de Ghost Opera, o Kamelot está de volta com Poetry For The Poisoned. Assim como no álbum anterior e, principalmente, em The Black Halo (2005), o disco dá motivos para o burburinho que se criou ao redor da banda na cena do heavy metal.
Por usar diversos estilos em suas composições, fica difícil classificar o Kamelot em um gênero. Fazem heavy metal, isso é fato. O subgênero, no entanto, é uma grande área cinzenta. Em Poetry For The Poisoned, a banda apostou em uma temática e sonoridade mais sombrias, tornando o álbum superior a Ghost Opera.
A dupla formada por Roy Khan (vocal) e Thomas Youngblood (guitarra) tem em suas mãos uma parcela considerável do bom resultado alcançado em Poetry For The Poisoned. Apesar de sua voz não ter capacidade para potência e alcance excepcionais, destaca-se como vocalista pela forma como interpreta as canções.
Poetry For The Poisoned traz também uma série de convidados interessantes. Björn "Speed" Strid, vocalista do Soilwork faz uma aparição em “The Great Pandemonium” faixa que abre o álbum. Jon Oliva, ex-integrante do Savatage participa de “The Zodiac”, música que, junto com “Dear Editor” se baseia na notória história do assassino Zodíaco, serial killer estadunidense. Ainda há a participação do guitarrista Gus G, que atualmente toca na banda de Ozzy Osbourne, na faixa “Hunter’s Season”. Simone Simons, do Epica, também aparece no disco, dividindo os vocais com Khan em “House On A Hill”, “So Long” e “All Is Over”.
A cantora, aliás, já é quase uma integrante honorária do Kamelot, uma vez que colaborou nos últimos três álbuns do grupo. Poetry For The Poisoned representa a construção de mais um degrau na evolução sonora do Kamelot.
Savatage – Sirens & The Dungeons Are Calling
O Savatage foi uma das mais importantes e influentes bandas de heavy metal nas décadas de 1980 e 90. Formada no fim dos anos 1970 pelos irmãos Jon (vocais) e Cris Oliva (guitarra), a banda - ainda sob outro nome - lançou seu primeiro álbum, Sirens, em 1984.
Desde então, o Savatage vinha lançando álbuns muito consistentes, até a morte de Cris Oliva, em 1993. Jon seguiu com a banda até 2007. Aquele ano marcou o 25º aniversário do Savatage, e Jon decidiu encerrar as atividades da banda e seguir com seus projetos solo, como o Jon Oliva’s Pain e a bem sucedida Trans-Siberian Orchestra.
Em 2010, o Savatage começou a relançar seu catálogo em edições especiais. Sirens & The Dungeons Are Calling é o primeiro disco a ser relançado e reúne o primeiro álbum e o primeiro EP da banda. De acordo com Oliva, reunir o material da EP ao do primeiro álbum era a ideia original da banda. No entanto, a reunião de ambos foi impossibilitada pela limitação dos LPs, que tinham capacidade para apenas 60 minutos de música.
Musicalmente, Sirens & The Dungeons Are Calling mostra o Savatage em suas primeiras tentativas no heavy metal. Apesar da banda ter sua carreira ligada ao metal tradicional, vemos neste disco um Savatage mais cru, com uma sonoridade que lembra os primeiros anos do death metal, que pouco depois se espalharia pelos Estados Unidos.
Sirens & The Dungeons Are Calling é importante não só para fãs do Savatage, mas também para qualquer um que queira saber mais sobre o legado de uma das bandas mais importantes de seu tempo.
Steve Morse Band – Out Standing In Their Field
A Steve Morse Band está na estrada desde 1990, como um projeto paralelo do profílico guitarrista Steve Morse, mais conhecido pelo grande público como integrande do Deep Purple, em que toca desde 1994. A banda também conta com o baixista Dave LaRue (Dixie Dregs, Joe Satriani) e o baterista Van Romaine (Kansas, Joan Osborne, Billy Joel, Enrique Iglesias).
Out Standing In Their Field é um álbum instrumental, que adiciona ao estilo de composição de Morse o conjunto de influências de todos os integrantes da banda. Apesar de ser classificado como rock 'n' roll, puro e simples, há toques de jazz, funk, fusion, música clássica e mesmo country.
Um guitrrista virtuoso, Morse claramente deixa espaço para que todos os músicos envolvidos tenham seu momento. A produção do álbum também se destaca, deixando todos os instrumentos são claramente audíveis. Músicas como “Name Dropping”, “Brink of the Edge”, “Flight Of The Osprey” e “Baroque N’ Dreams” tornam esse fator mais evidente.
Com qualidade constante do início ao fim, Out Standing In Their Field merece atenção entre os discos instrumentais lançados por aqui.
Dio – At Donington UK: Live 1983 & 1987
No ano de 1983, o nome de Ronnie James Dio já era venerado no mundo do rock e do heavy metal. Afinal, o músico já havia passado por dois dos maiores monstros do cenário musical da época. Primeiro tocou no Rainbow, criada por Richie Blackmore quando saiu do Deep Purple. Em seguida, substituiu Ozzy Osbourne no Black Sabbath.
Mas naquele ano, Dio encarava a realidade de estar ora de uma banda pela primeira vez em 26 anos, depois de deixar o Sabbath por "diferenças criativas" com o guitarrista Tony Iommi. Com seu projeto solo, lançou o álbum Holy Diver e aceitou o desafio de apresentar-se no festival Monsters of Rock, em que dividiu os palcos com Whitesnake, Meat Loaf, ZZ Top, Twisted Sister, entre outros.
O show gerou uma parte do álbum ao vivo At Donington UK: Live 1983 & 1987. Na época, a banda de Dio contava com o guitarrista Vivian Campbell, o baixista Jimmy Bain (ex-Rainbow), o baterista Vinny Appice (Black Sabbath) e o tecladista Claude Schnell. O setlist daquele dia trouxe uma coleção dos maiores sucessos da longeva carreira do baixinho, com músicas retiradas tanto de sua passagem pelo Rainbow (“Stargazer”, “Man on the Silver Mountain”), quanto pelo Sabbath (“Heaven and Hell”, “Children of the Sea”), além, é claro, de canções presentes em seu álbum recém-lançado (“Holy Diver”, “Stand up and Shout”, “Straight through the Heart”, “Rainbow in the Dark”).
Quatro anos depois, a situação de Dio já era diferente. Com quatro álbuns lançados, sua carreira solo já estava consolidada e voltou ao festival Monsters of Rock com tratamento diferente. Foi a penúltima banda a se apresentar e com o status de “convidado especial”. Desta vez, fez um apanhado de sua carreira solo. Ainda assim, músicas como “Long Live Rock and Roll”, “Neon Knights”, “Heaven and Hell” e “Man on the Silver Mountain” não poderiam ficar de fora.
Em maio de 2010, Dio faleceu, vítima de câncer de estômago. Entre os vários lançamentos póstumos que prestavam homenagem ao músico, At Donington UK: Live 1983 & 1987 é um dos mais interessantes, pois retrata Dio em dois momentos, seu começo e seu auge, mostrando o motivo de Dio ser tão reverenciado no cenário do heavy metal.
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