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A matemática das paradas americanas: o que é um álbum nº1?

Billboard 200 é divulgada toda semana, mas não é a mesma desde sua criação em 1956

30.10.2018, às 16H06.

Toda semana, a lista da Billboard 200 é atualizada e um álbum tem a proeza de encabeçá-la, feito que diversas vezes é divulgado aqui no Omelete. E por mais que seja tradição divulgar o disco nº1, muita gente não sabe como se calcula a popularidade dos lançamentos, que determina a ordem da parada americana. A lista da Billboard nasceu nos anos 50 e passou por uma drástica atualização em 91, com o nascimento da Nielsen Music, mas ficou ainda mais complicado nos dias de hoje, em que o streaming predomina execuções.

Divulgação

Apesar da Billboard publicar os registros de álbuns mais populares desde 56, seus dados eram adquiridos diretamente das lojas, e funcionavam na base da comunicação direta com os vendedores, o que não criava uma lista muito confiável. No início dos anos 90, surgiu a Nielsen Music, empresa que começou a computar dados de vendas de músicas introduzindo um método inovador de tracking, ou rastreamento de vendas. Desde a criação da Nielsen, o método se oficializou de modo mais eficiente com um sistema que registra todas as vendas efetuadas assim que elas acontecem em cada loja. Ao contrário do RIAA – órgão que determina discos de ouro, platina e por aí vai – a Nielsen adquire seus dados diretamente dos estabelecimentos, e não da fábrica, o que resulta em uma lista mais precisa a curto prazo.

Foi apenas no fim de 2014 que a Billboard 200 passou a combinar as vendas em múltiplas plataformas, passando de um sistema chamado de “vendas puras” para “consumo em multi-métricas”. Desde então, a Nielsen passou a rastrear o consumo dos álbuns digitais, em plataformas de streaming e de vendas. Com isso, foi introduzido o sistema de computação com "unidade equivalente a álbum", estabelecendo que a venda de 10 faixas digitais ou o streaming de 1500 músicas de um artista equivale a 1 álbum completo.

Mas o mundo digital evolui rápido demais para uma determinação simples assim. Em julho de 2018, a Nielsen e a Billboard anunciaram mais uma mudança, que apropriadamente introduz uma medida diferente para plataformas pagas e plataformas que sobrevivem predominentemente pela implementação de anúncios. Assim, unidades de streams em plataformas pagas, como Spotify e Apple Music, são intitulados “premium strems” e em plataformas (predominantemente) gratuitas são “free streams”. Assim, enquanto 1250 premium streams equivalem a um álbum, 3750 free streams equivalem ao mesmo. A nova medida estabeleceu, basicamente, que nas plataformas pagas, a faixa executada vale três vezes mais do que nas plataformas gratuitas.

Por enquanto, a Billboard 200 funciona deste modo, somando as vendas tradicionais de álbuns físicos com as unidades equivalentes em lojas digitais e plataformas de streaming. No entanto, como a ideia é sempre refletir o álbum mais popular do modo mais preciso e atual possível, não é de se surpreender que o mecanismo de medida continue sempre em evolução. 

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