"Nosso amor é uma abobrinha
Eu escrevo teu nome numa sopa de letrinhas
Eu fico sonhando em ser astronauta
Eu olho pra lua e sinto a tua falta"
Hahahahahahahaha....ooops, não era para rir?
Não me diga que dessa aqui também não:
Minha vida é tão confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional
Eu posso ser um Beatle
Um beatnik, ou um bitolado
Mas eu não sou ator
Eu não tô à toa do teu lado"
Atenção! Atenção!
Existe um traço da personalidade musical de Humberto Gessinger que não é fake: a chatice. Os anos passam, os ventos voam no imenso espaço sideral (arrgh, fui acometida pela "verve" dos Pampas!) e a chatice permanece, mais forte do que nunca, numa insistência sem parâmetros na música nacional.
Sempre tive esperança de que a presunção inicial dos Engenheiros passasse com a maturidade que a idade traz. Veio "O Papa é Pop", "A Montanha" e também a regravação do "sucesso" do RPM, Rádio Pirata. Quando vi a capa do último álbum, intitulado "Surfando Karmas & DNA" (Ahn?!) pensei "Isso está indo longe demais..."
Gessinger estampa a capa, posando simplesmente de quem, quem? Jesus Cristo! E cá estou no que pra mim denomina-se "chutar cachorro morto", já que nunca tive a infelicidade de cruzar pessoas que realmente gostassem de Engenheiros do Hawaii. Ou, mais diretamente falando: estou escrevendo sobre uma banda que JAMAIS existiu no meu vocabulário.
Entendo que a questão "Então, por que é que você está escrevendo sobre tal banda?" tenha pipocado em seu cérebro. Juro que tentei ficar indiferente e respeitar o mau gosto alheio, mas um lançamento atrás do outro chamou minha atenção para o fato de que existem sim, zilhares de pessoas espalhadas por esse país que idolatram Humberto Gessinger. Achei que não dava mais para silenciar. Ok, só ouço falar bem do Humberto como pessoa. Pois então, que fosse padre, oras bolas. Músico? Por que é que a minha tão amada Música, a Arte das artes, tem que abrigar tamanha aberração?
Aliás, se eles queriam ser Engenheiros do Hawaii, por que acabaram sendo músicos no Brasil? Ah! Deve ser porque o forte dos caras eram as letras, não os números...:P
É pérola seguida de pérola. Você prestou atenção naqueles versos ali em cima? Pois então, fazem parte de grandes "sucessos" do pop-rock nacional.
Eu, pessoalmente, acho que beira o nocivo. Se você não tem nada a dizer, não diga absolutamente nada. Posar de poeta para uma juventude já bastante sem instrução e esperança é crueldade das grandes. Não é à toa que "a juventude é uma banda numa propaganda de refrigerantes". Ver poesia no emaranhado de palavras mal amarradas que Gessinger chama de música é efeito de refrigerante vencido, sem gás e quente. Alguém que escreve uma música intitulada "Canibal Vegetariano devora planta carnívora" só pode estar de gozação com a nossa cara. Meu ouvido é pinico? E meu cérebro? Bidê?
Os fãs ainda mandam essa "Albert Camus é uma das principais referências nas letras de Gessinger. Mais do que citações, o discurso existencial (Ahn?!) de Camus está impregnado em toda a obra (Ahn?!) dos Engenheiros. Explica-se: "Eles não gostam de Camus, eles só querem ler gibi. To be or not to be, Engenheiros do Hawaii" extraída da música Engenheiros do Hawaii. Isso é pouco. Os fãs estão completamente entorpecidos, embarcaram numa viagem à "Nonsensolândia" e nunca mais voltaram. Duvida? Visite o site! Ou melhor, não faça isso! Não espalhe essa piada, não tem a menor graça...
Deixemos Humberto falar um pouco:
"Às vezes, a citação não precisa ser entendida. No mundo de hoje não tem diferença entre o Albert Camus e o Mike Tyson. São dois produtos de consumo" (Revista Bizz)
Praticamente gêmeos."A melhor maneira de viajar pelo Brasil é montando uma banda de rock" (Jornal do Brasil)
Ah, então era isso! Devia ter dito antes, né? E agora que o estrago tá feito? Tá boa a praia aí em Fortaleza?
Por isso eu digo, parafraseando o mestre: "ouça o que eu digo não ouça ninguém", muito menos Engenheiros do Hawaii.
